
O senador da Califórnia David Palmer liderava as pesquisas na corrida à Casa Branca, transformando-se no primeiro homem negro com chances reais de eleger-se presidente dos Estados Unidos. Além da esperança de mudança, o político também instigava a oposição de certos grupos e um deles, mais extremista, resolveu engendrar uma tentativa de assassinato ao candidato.
Este foi o plot do episódio-piloto da série 24 Horas, que trouxe o ator Kiefer Sutherland como Jack Bauer, o encarregado da CTU (Counter Terrorist Unit) que passa as piores 24 horas de sua vida. Com o formato Real Time (cada minuto em tela equivale a um minuto na vida real) e um recém interesse mundial pelo tema do terrorismo (o ataque ao WTC em setembro do mesmo ano), o seriado conquistou uma audiência absurda e sucesso de crítica e público ao mostrar as peripécias de Bauer para proteger o senador, resgatar sua própria família sequestrada e descobrir um suposto traidor dentro da CTU. Tudo ao mesmo tempo.


A evolução dos personagens e a periculosidade de seus trabalhos também são abordados de uma maneira incisiva e diferente de qualquer outra série: como toda a história se passa em apenas um dia, personagens realmente importantes podem aparecer em dois ou três episódios e só retornarem em outra temporada. Como a maior parte dos personagens-chave normalmente estão em situações de perigo ou na linha de frente, não é raro algum (ns) deles morrer (em). Também é comum alguém entrar na trama como um suposto vilão e salvar o momento, bem como alguns personagens que temos certeza absoluta de que são confiáveis mostrarem-se os piores dos vilões.
Outras qualidades que fizeram de 24 Horas um fenômeno também me cativaram. A edição, sempre vertiginosa (com telas divididas, ações acompanhadas por várias câmeras ao mesmo tempo e a presença de um relógio digital no meio da tela, que nos lembra da urgência dos personagens de resolver um impasse ou descobrir algo “antes que o gás seja lançado”), mostrava os acontecimentos envolvendo Jack, paralelamente aos acontecimentos relativos à CTU e ao Alto-Escalão do Governo, possibilitando a cobertura do espectador em todos os ângulos. A trilha sonora mais que perfeita de Sean Callery também é ponto a favor, dando ênfase às (inúmeras) reviravoltas já citadas.

Enfim, mesmo com os altos e baixos que pulularam pelo seriado (a 6ª e última temporada, por exemplo, iniciou magistralmente bem e terminou magistralmente mal), 24 Horas segue firme e sem perspectiva de cancelamento. Graças à greve dos roteiristas (é nóis, mano=P), a 7ª Temporada foi adiada por um ano, mas janeiro está logo aí e fico na torcida de que todas essa pérolas que fizeram de 24 Horas a minha série favorita continuem presentes.
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05 de Novembro de 2008...
O senador de Illinois Barack Obama consagra-se como o primeiro homem negro a vencer a eleição para a presidência dos Estados Unidos. Embora possua grande carisma e já tenha demonstrado liderança no Senado Americano, Obama (cujo nome lembra Osama), possui um “Hussein” no sobrenome (seu nome completo é Barack Hussein Obama II) e é negro (nada contra, só para enfatizar). Para um homem com essas peculiaridades vencer uma eleição num país que sempre foi marcado pelo conservadorismo e racismo, das duas uma: ou o parágrafo do discurso da vitória abaixo (proferido hoje em Chicago) faz muito sentido...
“Se alguém aí ainda dúvida de que os Estados Unidos são um lugar onde tudo é possível, que ainda se pergunta se o sonho de nossos fundadores continua vivo em nossos tempos, que ainda questiona a força de nossa democracia, esta noite é sua resposta.”
...ou os americanos se deram conta de que fizeram uma merda tão grande, tão grande, mas tão grande nas últimas duas eleições que resolveram não arriscar.
Pessoalmente, voto na segunda (mesmo que os estadunidenses nunca admitam).

O senador de Illinois Barack Obama consagra-se como o primeiro homem negro a vencer a eleição para a presidência dos Estados Unidos. Embora possua grande carisma e já tenha demonstrado liderança no Senado Americano, Obama (cujo nome lembra Osama), possui um “Hussein” no sobrenome (seu nome completo é Barack Hussein Obama II) e é negro (nada contra, só para enfatizar). Para um homem com essas peculiaridades vencer uma eleição num país que sempre foi marcado pelo conservadorismo e racismo, das duas uma: ou o parágrafo do discurso da vitória abaixo (proferido hoje em Chicago) faz muito sentido...
“Se alguém aí ainda dúvida de que os Estados Unidos são um lugar onde tudo é possível, que ainda se pergunta se o sonho de nossos fundadores continua vivo em nossos tempos, que ainda questiona a força de nossa democracia, esta noite é sua resposta.”
...ou os americanos se deram conta de que fizeram uma merda tão grande, tão grande, mas tão grande nas últimas duas eleições que resolveram não arriscar.
Pessoalmente, voto na segunda (mesmo que os estadunidenses nunca admitam).
4 comentários:
Cara, fiquei super empolgada com as eleições por lá. Ontem, só fui dormir após ouvir o discurso de McCain e, principalmente, o Obama. Gostei tanto do que ele disse, que acabei postando todo o texto lá no blog. É gigante, mas lindo.
Tomara mesmo que Obama consiga realizar tudo o que pretende.
Well, well. Não quero desmerecer o new president, que tem uma história de vida que daria um filme e tanto. Mas, convenhamos que pra ser melhor que G.W.Bush não precisa ser assim graaande coisa. Eu torço pelo Obama, não que isso fará grandes diferenças...
Agora, tu falas do 24 Horas e eu não posso deixar de lembrar do ator, na sua encarnação de Jack Bauer, sendo o garoto propaganda da Citroen, em uma campanha que entrou no ar na mesma semana em que o cara foi preso por dirigir embrigado.
Se imagem é tudo, então...
B.M.
Uau!!! 24 horas também me "enganchava", como se diz aqui. Vicia mesmo, eu adorava. Realmente, nao sei se foi uma coisa meio Nostradamus ou o povo realmente tava de saco cheio da velha fórmula. Em pensar que eu, quando trabampava de garçonete, servi quase uma garrafa de Chivas para ele e ainda escutei alguns elogios...velhos tempos...
Beijos!
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