"Jamais se desespere em meio as sombrias aflições de sua vida, pois das nuvens mais negras cai água límpida e fecunda."Provérbio Chinês
OBS: Em homenagem a uma amiga reclamona que queria um post otimista.=P
Hoje foi um dia atípico: pra começar de bem com a vida, nada melhor que uma prova de Administração de Serviços com mais de 6 ppts pra estudar (com uma média de 20 slides por Power Point). É claro que era moleza e é claro que não respondi a última questão (mantendo meu status de "aluno objetivo", que só escreve se for pra responder, nunca pra encher linguiça).Parabéns: agora você é um judeu.
Com exceção da fatídica noite do Oscar que ninguém viu na Globo, faz meses, muitos meses mesmo, que não paro na frente da TV pra ver qualquer coisa (minha rotina extremamente corrida não comporta tempo para zipar num controle remoto). Então hoje, pouco depois do meio-dia, resolvi ligar a TV enquanto cozinhava.
Tava demorando: nosso querido, amado e idolatrado Presidente Lula fez uma participação especial no último episódio de South Park, intitulado Pinewood Derby, exibido ontem nos EUA. Mostrando sua barba profética ao lado de gente como a Chanceler Alemã Angela Merkel e o Presidente Francês Nicolas Sarkozy (entre outros líderes mundiais), o Presidente Lula não disse palavra (talvez os produtores do desenho tenham tido dificuldades em encontrar algum dublador de ESPANHOL, com a língua presa). O plot do episódio era uma invasão alienígena na qual os heróis mirins da pequena cidade do Colorado pedem ajuda aos Chefes-de-Estado.
Texto publicado originalmente em 05 de dezembro de 2005 , na coluna Passado a Limpo, do site www.sobrecarga.com.br
O filme Era Uma Vez no Oeste, do diretor Sergio Leone, não é somente o melhor filme de faroeste já rodado: ele é considerado, por muitos críticos, como uma das maiores experiências já realizadas no cinema.
Todos esses predicados, juntamente com um elenco e roteiro perfeitos (esse último baseado em história escrita por Leone, Bernardo Bertolucci e o mestre do horror Dario Argento), foram o suficiente para imortalizar essa pérola da ganância, do cinismo, da corrupção e, principalmente, da vingança. É a história de Jill McBain (Claudia Cardinale, belíssima), uma viúva que de donzela não tem nada, disposta a copular com o assassino do marido somente para livrar a própria pele. É a história de Frank (Henry Fonda), o sujeito mais cruel que já pisou no Oeste, um homem que não titubeia em matar uma criança à queima-roupa por pura maldade. É a história de ”Harmônica” (o saudoso Charles Bronson), um pistoleiro sem nome e de passado obscuro, capaz de matar três homens em frações de segundo. É a história de Morton (Gabriele Ferzetti), um inescrupuloso barão dos trilhos que não mede esforços (nem dinheiro) para alcançar seus objetivos. Não é de admirar que, em um universo habitado pelos piores tipos, os bons morram como moscas, e a personagem menos desprezível seja justamente o foragido Cheyenne (o carismático Jason Robards), um ladrão e assassino com a cabeça a prêmio.
As voltas da ampliação da malha ferroviária nos Estados Unidos do século 19, Bret McBain (dono das terras por onde deve passar uma das rotas da estrada de ferro) e sua família são brutalmente assassinados. Jill, uma prostituta de New Orleans que casara com McBain em segredo, herda as tais terras e, com elas, essa herança sanguinária, característica da própria história americana – como visto nos outros dois filmes que o diretor fez para “homenagear” a América (Era Uma Vez no Oeste constitui essa trilogia, ao lado de Quando Explode a Vingança e Era Uma Vez na América). A mulher, ameaçada pelo assassino dos McBain, recebe a improvável proteção de um misterioso e habilidoso pistoleiro (que toca uma gaita de boca como um prenúncio de morte e, por isso, leva o nome de “Harmônica” ou – como em alguns DVDs – “Gaita”), e a ajuda de um criminoso conhecido (Cheyenne), acusado erroneamente pelas mortes.
Spoiler? De jeito nenhum. O que importa é como isso é orquestrado ao longo dos 166 minutos; é como a narrativa parte de um trio de mal-encarados esperando um trem (numa das entradas de filme mais longas e clássicas de todos os tempos, quase 14 minutos) e como ela chega a um desfecho magistral, onde dois homens, de olhos sombrios como a morte e gatilhos rápidos como um raio, se enfrentam no duelo mais espetacular já filmado, ao som da trilha arrepiante do mestre Ennio Morricone (colaborador-mor de Leone e responsável por outras trilhas cruciais, como a de Os Intocáveis, por exemplo). Uma ode à vingança.
Em uma dessas curiosidades insanas, esse filme não levou sequer uma indicação ao Oscar, o que nos leva a constatar, mais uma vez, que a Academia não entende muito de obras de arte. Mesmo que Henry Fonda esteja sublime no único papel de vilão de sua vida (bem como todo o elenco), ou que a direção, a montagem e a fotografia tenham sido perfeccionistas e vicerais, ou mesmo que a trilha sonora seja um achado.
É uma pena que grande parte das pessoas que fizeram de Era Uma Vez o Oeste uma obra-prima não esteja mais entre nós. Gente talentosa, que nos mostrou como o cinema vai além de meras imagens e meia dúzia de frases feitas e como se faz um filme de verdade, baseado em talento e dedicação. Um brinde a Sergio Leone.
Quando Chris Columbus, lá pelo início dos anos 80, escreveu o roteiro de Gremlins, certamente deu uma olhadinha antes em The Trouble With Tribbles, um dos episódios mais leves (e mais bacanas) de Star Trek: The Original Series, o qual tive a oportunidade de rever na noite passada e dar boas risadas.
Completamente frustrado pela missão enfadonha (vigiar um carregamento que julga sem valor) e tendo que cruzar por seus inimigos que estão tirando uma folga no lugar, Kirk resolve não perder a viagem e concede uma licença para a tripulação, que estica as pernas nas instalações da estação. Tudo segue relativamente na mesma, até que a Tenente Uhura ganha um “animalzinho” de presente em um bar e o leva para a nave, onde o bichinho se transforma na sensação do momento.
Ao contrário das criaturinhas financiadas por Spielberg (que se multiplicavam ao serem molhadas e tornavam-se monstros ao serem alimentadas depois da meia-noite), os tribbles nunca se transformavam em nada malvado, porém, se reproduziam em uma escala absurda de quantidade e rapidez ao ingerir qualquer coisa. Não demora muito para que a Enterprise acabe sendo tomada por uma verdadeira infestação desses bichos, que inundam os dutos de ar, a engenharia, o sequenciador de proteínas e, até mesmo, a ponte de comando (a cena na qual Kirk entra na ponte e senta, sem querer, em um tribble que está em sua poltrona, é hilária).
Além das simpáticas bolas de pêlo, este episódio é permeado por inúmeras outras peculiaridades: a pancadaria de bar entre tripulantes da Enterprise e Klingons; um Alferes Chekov especialmente inspirado ao listar os “inventos russos” (como o scotch, supostamente criado por uma velhinha de Leningrado); o vendedor pechincheiro Cyrano, que aproveita o quebra no bar para filar bebida grátis, bem como um dos melhores arranca-rabos verbais entre McCoy e Spock:
Ficou interessado(a)? Então assista à The Trouble With Tribbles e divirta-se com um ótimo episódio da saudosa e excelente série Star Trek, ou você pode comprar o seu próprio “amor” por U$ 27,99, clicando aqui.=P
...os brasileiros acordavam sob um novo e tenso regime militar. Embora os homens de farda tenham mudado a data do que chamam de "revolução redentora" para 31 de março de 1964, foi no dia da mentira que a realidade da Ditadura foi enfiada goela abaixo da nação, com o pretexto de livrar o povo brasileiro de uma suposta influência comunista liderada pelo então Presidente João Goulart, que havia assumido a presidência em 61 (após Jânio Quadros renunciar e colocar a culpa em "forças ocultas"), mas que, graças ao boicote dos militares, pôde exercer a legislatura em sua plenitude somente no final do ano de 63, após dois anos de regime parlamentarista (sim, pessoalzinho noob nascido nos anos 90, já tivemos um primeiro-ministro).