Há muito tempo, em um lugar muito, muito distante...
À noite, o guerreiro já pensava na batalha vindoura. Conforme dizia em seu manual de táticas de guerra, visitou o terreno e verificou suas armas duas vezes. Estavam ali, sedentas por ação. Na primeira e única vez em que enfrentou o monstro, o guerreiro levou a pior. Sua inexperiência e impetuosidade o fizeram arder em chamas violentas. Havia sido sua primeira derrota e aquilo lhe deixou com um sabor amargo na boca por muito tempo. Sabia o que tinha feito de errado e prometeu para si que não colocaria mais os pés pelas mãos e que teria a atenção, a seriedade e a humildade necessárias para vencer o seu inimigo.
A manhã chegou ensolarada. Com ela, a fatídica revanche. Ele levantou cedo e pegou a munição que faltava. Verificou uma terceira vez os apetrechos e, ao perceber que tinha tudo o que precisava para vencer, respirou fundo e lançou, mais uma vez, o desafio para seu nêmesis.
Quando o sol se posicionou no ponto mais alto do céu, o combate teve início. Um duelo feroz, onde o inimigo queimava e desafiava. Embora manuseasse suas armas com certa destreza, nada impedia o guerreiro de queimar as mãos quando estas ficavam próximas da enorme bocarra, que cuspia bolhas assassinas e proferia blasfêmias, tentando incutir-lhe a idéia de que aquele não era o seu lugar, pois ele não era um guerreiro de verdade.
Depois de uma hora e meia de hostilidades e canglores, a batalha teve fim. Ofegante, o guerreiro constatou que finalmente teve sua revanche e conseguiu vencer o inimigo. Com a carne do enorme corpanzil abatido, foi recepcionado com odes de alegria por seu povo, já que sua vila não passaria mais fome. Seu nome foi entoado como o implacável guerreiro que provara ser, e sua prometida finalmente aceitou seu pedido de comunhão. Ambos casaram e foram felizes...para sempre.
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Hoje e aqui...
Ele decidiu que mudaria seu destino. Mesmo sendo um inexperiente cozinheiro, havia feito alguns pratos diferenciados com sucesso até três semanas atrás, quando tentou cozinhar aquela bendita costela e a queimou miseravelmente. Mas desta vez seria diferente, afinal, como dito acima, ele decidiu que mudaria o seu destino.
Quando amanheceu, ele acordou antes do que estava acostumado e se meteu em um supermercado para comprar os ingredientes que faltavam para o prato: coca-cola, molho shoyu e café. Peraí, estamos mesmo falando de costela? Sim, senhor. Não estamos mais nos tempos farrapos e Costela Negra, hoje em dia, se faz assim.
O relógio bateu meio-dia e o cozimento teve início. Ele lembrava que, da outra vez, havia caído no truque sujo da farinha de trigo, que grudou violentamente no fundo da panela e o levou a bancarrota. Desta vez, ele estava preparado e mexeu o caldeirão incessantemente com uma colher, praguejando enquanto queimava as mãos ocasionalmente. A panela nada dizia, pois panelas não falam.
Quase duas horas depois, ele apagou o fogo. O aspecto estava soberbo, escuro, negro como deveria ser. O cheiro era forte, marcante, e deve ter impregnado boa parte do prédio. Ele havia feito um arroz para acompanhar e serviu ambos num prato. Sentou-se a mesa, notadamente cansado, e olhou para o almoço fumegando à sua frente. Deu a primeira garfada.
Ele não foi recepcionado por ninguém, não teve seu nome entoado e chamá-lo de cozinheiro seria xingar toda uma espécie. Sua prometida está a um oceano de distância e se matou a fome de alguém, foi a sua própria...
...mas ele conseguiu. A Costela Negra ficou DO CARALHO.
À noite, o guerreiro já pensava na batalha vindoura. Conforme dizia em seu manual de táticas de guerra, visitou o terreno e verificou suas armas duas vezes. Estavam ali, sedentas por ação. Na primeira e única vez em que enfrentou o monstro, o guerreiro levou a pior. Sua inexperiência e impetuosidade o fizeram arder em chamas violentas. Havia sido sua primeira derrota e aquilo lhe deixou com um sabor amargo na boca por muito tempo. Sabia o que tinha feito de errado e prometeu para si que não colocaria mais os pés pelas mãos e que teria a atenção, a seriedade e a humildade necessárias para vencer o seu inimigo.
A manhã chegou ensolarada. Com ela, a fatídica revanche. Ele levantou cedo e pegou a munição que faltava. Verificou uma terceira vez os apetrechos e, ao perceber que tinha tudo o que precisava para vencer, respirou fundo e lançou, mais uma vez, o desafio para seu nêmesis.
Quando o sol se posicionou no ponto mais alto do céu, o combate teve início. Um duelo feroz, onde o inimigo queimava e desafiava. Embora manuseasse suas armas com certa destreza, nada impedia o guerreiro de queimar as mãos quando estas ficavam próximas da enorme bocarra, que cuspia bolhas assassinas e proferia blasfêmias, tentando incutir-lhe a idéia de que aquele não era o seu lugar, pois ele não era um guerreiro de verdade.
Depois de uma hora e meia de hostilidades e canglores, a batalha teve fim. Ofegante, o guerreiro constatou que finalmente teve sua revanche e conseguiu vencer o inimigo. Com a carne do enorme corpanzil abatido, foi recepcionado com odes de alegria por seu povo, já que sua vila não passaria mais fome. Seu nome foi entoado como o implacável guerreiro que provara ser, e sua prometida finalmente aceitou seu pedido de comunhão. Ambos casaram e foram felizes...para sempre.
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Hoje e aqui...
Ele decidiu que mudaria seu destino. Mesmo sendo um inexperiente cozinheiro, havia feito alguns pratos diferenciados com sucesso até três semanas atrás, quando tentou cozinhar aquela bendita costela e a queimou miseravelmente. Mas desta vez seria diferente, afinal, como dito acima, ele decidiu que mudaria o seu destino.
Quando amanheceu, ele acordou antes do que estava acostumado e se meteu em um supermercado para comprar os ingredientes que faltavam para o prato: coca-cola, molho shoyu e café. Peraí, estamos mesmo falando de costela? Sim, senhor. Não estamos mais nos tempos farrapos e Costela Negra, hoje em dia, se faz assim.
O relógio bateu meio-dia e o cozimento teve início. Ele lembrava que, da outra vez, havia caído no truque sujo da farinha de trigo, que grudou violentamente no fundo da panela e o levou a bancarrota. Desta vez, ele estava preparado e mexeu o caldeirão incessantemente com uma colher, praguejando enquanto queimava as mãos ocasionalmente. A panela nada dizia, pois panelas não falam.
Quase duas horas depois, ele apagou o fogo. O aspecto estava soberbo, escuro, negro como deveria ser. O cheiro era forte, marcante, e deve ter impregnado boa parte do prédio. Ele havia feito um arroz para acompanhar e serviu ambos num prato. Sentou-se a mesa, notadamente cansado, e olhou para o almoço fumegando à sua frente. Deu a primeira garfada.
Ele não foi recepcionado por ninguém, não teve seu nome entoado e chamá-lo de cozinheiro seria xingar toda uma espécie. Sua prometida está a um oceano de distância e se matou a fome de alguém, foi a sua própria...
...mas ele conseguiu. A Costela Negra ficou DO CARALHO.
Um comentário:
Como eu gosto de histórias com final feliz!!!
E eis que venceram a prudência e a perseverança.
Agora, é convardia falar em costela para quem adora carne e está aqui comendo...bocadillos.
Nada que sem compare ao que sei que deve ter ficado esse prato.
E agora que já houve a revanche, te prepara para as novas batalhas.
B.M.
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