quarta-feira, 1 de abril de 2009

Há 45 anos atrás...

...os brasileiros acordavam sob um novo e tenso regime militar. Embora os homens de farda tenham mudado a data do que chamam de "revolução redentora" para 31 de março de 1964, foi no dia da mentira que a realidade da Ditadura foi enfiada goela abaixo da nação, com o pretexto de livrar o povo brasileiro de uma suposta influência comunista liderada pelo então Presidente João Goulart, que havia assumido a presidência em 61 (após Jânio Quadros renunciar e colocar a culpa em "forças ocultas"), mas que, graças ao boicote dos militares, pôde exercer a legislatura em sua plenitude somente no final do ano de 63, após dois anos de regime parlamentarista (sim, pessoalzinho noob nascido nos anos 90, já tivemos um primeiro-ministro).

Aliados à interesses norte-americanos, os militares iniciaram os 21 anos mais negros da história brasileira contemporânea: disfarçada de segurança ostensiva e uma falsa estabilidade econômica, a Ditadura cerceou a liberdade de expressão em todos os segmentos, perseguiu e torturou milhares de pessoas, e "desapareceu" com 366 desafortunados (número oficial), graças ao maior invento brasileiro neste período: o DOI-CODI (centro de inteligência e repressão extremamente eficiente que unia todos os sistemas de segurança conhecidos em um único órgão de combate à "subversão").

São inúmeras as peculiaridades deste período e não tenho a pretensão de dar aulas de história aqui (há pessoas mais gabaritadas por aí, tipo o Professor Google, por exemplo), mas é importante salientar, pressionar, lembrar sempre do que os brasileiros perderam como pessoas, do atraso que o Brasil sofreu como democracia, e de que nada justifica o clima de terror que pesou sobre este país por tanto tempo.

Fica o lema do Acervo da Luta Contra a Ditadura:

"Para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça."

Um comentário:

Graziela disse...

É pra não esquecer mesmo, por mais que ainda tenha gente no Brasil que pense que democracia nem seja algo tão importante assim.

B.M.