sábado, 31 de janeiro de 2009

Cachorrada.

Nesta semana, foi noticiado que o Sport Clube Internacional aceitou o cão Golden retriever da foto acima na sua folha de associados.

Daqui a pouco, eles vão aceitar até pessoas para chegar aos prometidos 100 mil sócios do centenário do "time".=P

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

A pergunta do Milhão.

No intuito de descobrir um pouco mais do que o Oscar deste ano nos reserva, conferi ontem Quem Quer Ser um Milionário?, produção independente britânica/indiana dirigida por Danny Boyle, a estrear em março nos cinemas brazucas.

O filme conta a história de Jamal, um ex-favelado que vê seu destino prestes a mudar ao participar da versão indiana do game-show Who Wants To Be a Millionaire? (aqui no Brasil, o programa de TV Show do Milhão, apresentado por Sílvio Santos). Ao contrário de todas as expectativas, o jovem indiano prossegue no jogo de perguntas e respostas e acaba levantando a seguinte questão: como um favelado, absolutamente sem instrução nenhuma, conseguiu chegar até a última pergunta do WWBM? Seria ele um gênio? Um sortudo? Ou um trapaceiro?

Esta é a primeira pergunta disparada pelo filme, que corta imediatamente para o pobre Jamal sendo torturado em uma delegacia de Mumbai (antiga Bombaim) por oficiais que buscam a resposta para a questão acima. Com aquela velocidade de edição característica em seus filmes, Boyle dirige a narrativa que irá explicar como o jovem angariou, através de sua vida nas ruas da cidade, cada resposta que usaria posteriormente no game-show.

Vemos Jamal ainda criança, levando uma vida de moleque pobre indiano, até que perde violentamente a mãe, restando-lhe a proteção de Salim, seu irmão mas velho (que tem um pé na marginalidade), e a companhia de Latika, uma menina de rua que viria a ser o grande amor de sua vida e que logo desapareceria. Esta caracterização da favela de Mubai remeteu muita gente à comparações com o filme Cidade de Deus, onde a história também começa a ser contada com a imagem de um bando de piás praticando um esporte num terreno baldio, sob a perspectiva de uma das crianças. Até a galinha está lá, correndo pela rua. Assim como o filme brasileiro, Quem Quer Ser um Milionário? também acerta a boca do estômago do espectador ao desbravar um lado da Índia que é puro pesadelo, mas acredito que as semelhanças terminam aí.

Mesmo chocantes, as realidades mostradas no filme são dotadas de alegorias e casualidades, como um conto de fadas às avessas, uma história de ninar contada para pessoas grandes. Exemplo disso é o encontro do pequeno Jamal com o ator mais famoso da Índia, ou o encontro do garoto com a criança pintada de azul. Nada inverossímil, mas joga a narrativa para algo mais lúdico do que a simples e suja realidade de um jovem indiano que enfrenta uma infância e adolescência miseráveis, mas mantém a esperança de reencontrar o seu amor, culminando com a grande pergunta do Milhão. Tudo embalado por uma trilha sonora incidental, mesclada à canções indianas contemporâneas, que sonorizam a fantástica fotografia do filme.

Embora o plot do filme seja a presença de Jamal no programa, me arrisco a dizer que essa é a menor das preocupações do roteiro de Simon Beaufoy (adaptado do best-seller indiano Q & A, de Vikas Swarup). Não é uma história sobre superação de alguém que começa por baixo e termina no topo, ou mesmo sobre dinheiro. Nada disso. O programa é apenas o pano de fundo de uma história de amor e destino, que está tendo merecido reconhecimento e trouxe o diretor Danny Boyle de volta ao bom cinema.

***

Dica de filme:

Quem Quer Ser um Milionário? (Slumdog Millionaire)
Diretor: Danny Boyle
Elenco: Dev Patel (Jamal), Madhur Mittal (Salim), Freida Pinto (Latika), Irrfan Khan (Inspetor de Polícia), Anil Kapoor (Apresentador Prem Kumar)
Duração: 120 minutos
Gênero: Drama
Ano: 2008

Não sei se leva o Oscar de Melhor Filme, mas certamente é o melhor dos concorrentes.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

A Defesa Chewbacca.

“Senhoras e senhores deste suposto júri. O advogado do Chef quer fazer vocês realmente acreditarem que seu cliente escreveu a música ‘Stinky Britches’, há dez anos atrás. E eles têm um bom caso. Diabos, eu quase sinto pena de mim mesmo. Mas senhoras e senhores deste suposto júri, eu tenho uma última coisa para vocês considerarem.

Senhoras e senhores, este é Chewbacca.

Chewbacca é um Wookiee do planeta Kashyyyk. Mas Chewbacca vive no planeta Endor. Agora, pense no assunto: ISSO NÃO FAZ SENTIDO! Por que um Wookiee de dois metros e meio de altura viveria em Endor, com um grupo de Ewoks de cinquenta centímetros de altura? ISSO NÃO FAZ SENTIDO! Mas o mais importante, vocês devem se perguntar: o que isso tem a ver com o caso?

Nada. Senhoras e senhores, isso não tem nada a ver com este caso! ISSO NÃO FAZ SENTIDO! Agora me ouçam. Sou um advogado defendendo uma mega gravadora de discos e estou falando sobre Chewbacca! Isso faz algum sentido? Senhoras e senhores, eu não estou fazendo sentido algum! Nada disso faz sentido.

Vocês devem apenas lembrar, quando estiverem na Sala do Júri deliberando e conjeturando sobre a Proclamação da Emancipação, se isso faz sentido? Não! Senhoras e senhores deste suposto júri, ISSO NÃO FAZ SENTIDO! Se Chewbacca vive em Endor, vocês devem absolver. A Defesa termina.”

O monólogo acima foi extraído do Episódio Chef Aid (2x14) de South Park, onde os roteiristas resolveram parodiar o advogado Johnnie Cochran, que absolveu O. J. Simpson de uma acusação de duplo homicídio em 1995 com a célebre frase “If it doesn't fit, you must acquit.” ("Se não serve, vocês devem absolver."), referindo-se à suposta luva do assassino, que ao ser testada no julgamento, não coube na mão de Simpsom.

"Se não serve...bem, já sabem o que fazer."

O advogado já era conhecido do público estadunidense desde 1993, quando defendeu o cantor Michael Jackson de acusações de abuso infantil, mas foi o julgamento de O. J. Simpson que tornou Cochran uma figura pública. O veredicto quebrou todos os recordes de audiência (dando mais ibope que a Chegada do Homem à Lua e o enterro de John Kennedy). A tal citação acabou fazendo parte da cultura popular americana, sendo usada em filmes, seriados, HQs, programas de TV e outros veículos de entretenimento.

Simpson e Cochran: parceria de sucesso.

Johnnie Cochran morreu em 2005, vítima de um tumor no cérebro.

E.T.: No final de 2008, O. J. Simpson foi sentenciado à 33 anos de prisão, por assalto à mão armada, formação de quadrilha e sequestro (para ler a notícia, clique aqui). O motivo? O novo advogado não conhecia a Defesa Chewbacca.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

81st Academy Awards – Indicados.

Os organizadores do Oscar anunciaram hoje a lista dos indicados ao prêmio nesta 81ª premiação (que você pode conferir aqui).

8 indicações: nada mal para um filme baseado numa HQ, não?

O que veio a ser uma surpresa foi o número de indicações de Batman - Cavaleiro das Trevas, que participa da disputa com 8 indicações (a maioria nas categorias técnicas, claro). Outros grandes concorrentes também confirmaram presença, como O Curioso Caso de Benjamin Button (13 indicações), do diretor David Fincher, e Slumdog Millionaire (10 indicações), do diretor inglês Danny Boyle.

Stephen Daldry e Meryl Streep.

Algumas marcas curiosas estão sendo batidas no Oscar deste ano, a começar pelo ex-diretor de teatro Stephen Daldry, que tem 100% de aproveitamento ao emplacar sua terceira indicação ao Oscar de Melhor Diretor com The Reader, seu terceiro longa-metragem (os anteriores foram Billy Elliot e As Horas). A talentosa atriz Meryl Streep (oscarizada duas vezes) bate seu próprio recorde com sua 15ª indicação ao prêmio, pelo filme Doubt (disputando de frente com a favorita Kate Winslet, que concorre por sua atuação em The Reader).

Melhor Ator: peleia braba!

Na categoria Melhor Ator, o bicho vai pegar com Brad Pitt (como Ben Button), Sean Penn (Milk) e Michey Rourke (The Wrestler) no páreo. Recebi informes de que Frank Langella como Nixon também está irreconhecível, então qualquer dica aqui vai ser um belo chute. Nos atores coadjuvantes, a batata quente fica entre o insano Coringa de Heath Ledger (favorito), Robert Downey Jr. (por Trovão Tropical) e o oscarizado Philip Seymour Hoffman (Doubt), meio que confirmando as tendências do Globo de Ouro.

Este é o momento de sites no mundo todo fazer as suas apostas, e o Sem 666 Palavras não é diferente. Abaixo, segue minha listinha de apostas, baseados no que vi em tela, em tendências (a Academia é como um Serial Killer: segue sempre um padrão) e no que ouvi e li por aí:

Melhor Filme --> O Curioso Caso de Benjamin Button - Não sei se merece. Achei o filme bom, mas creio que perde seu rítmo depois de uma hora e meia de exibição. Acho que leva esta pela campanha.

Melhor Diretor --> Stephen Daldry (The Reader) - O cara é bom e oscarizável. Já estão devendo uma estatueta pro sujeito e talvez seja este o momento de pagar.

Melhor Roetiro Original --> Milk

Melhor Roteiro Adaptado --> Slumdog Millionaire - Pra todos os efeitos, Slumdog ainda é um filme “estrangeiro” e esse tipo de filme ganha pouquíssimos prêmios.

Melhor Ator --> Sean Penn (Milk) - Estão devendo para ele desde Sobre Meninos e Lobos. Não acredito que Mickey Rourke consiga chegar no céu dos atores tão rápido e Brad Pitt não está sublime em B. Button (mas se Sean Penn perder esta, será para Pitt).

Melhor Ator Coadjuvante --> Heath Ledger (Batman – Cavaleiro das Trevas) - Duvido que exista alguém que não esteja apostando neste cavalo.

Melhor Atriz --> Kate Wislet (The Reader) - Meryl Streep é muito boa, mas está se especializando em “indicações”, e não “prêmios”.

Melhor Atriz Coadjuvante --> Penélope Cruz (Vicky Cristina Barcelona)

O totalmente excelente WALL-E.

Melhor Animação --> Wall-E

Melhor Direção de Arte --> O Curioso Caso de Benjamin Button

Melhor Fotografia --> O Curioso Caso de Benjamin Button

Melhor Figurino --> O Curioso Caso de Benjamin Button

Melhor Montagem --> Batman – Cavaleiro das Trevas

Melhor Maquiagem --> O Curioso Caso de Benjamin Button

Melhor Trilha Sonora --> O Curioso Caso de Benjamin Button

Melhor Canção --> "O Saya" (Slumdog Millionaire)

Melhor Edição de Som --> Batman – Cavaleiro das Trevas

Melhor Mixagem de Som --> Batman – Cavaleiro das Trevas

Homem de Ferro: um dos filmes mais bacanas do ano passado.

Melhor Efeitos Visuais --> Homem de Ferro

Melhor Curta-Metragem --> New Boy

Melhor Curta de Animação --> Presto

Melhor Filme Estrangeiro --> Waltz with Bashir (Israel)

Melhor Documentário --> Troube the Water

Melhor Curta Documentário --> The Witness – From the Balcony of Romm 306


A premiação será no dia 22 de fevereiro, no Kodak Theatre, e será exibida na TV aberta pela Globo.

E aí, quem vai levar o treco dourado pra casa?

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Barcelona...

Quem diria que, um dia, todos os meus pensamentos iriam convergir para uma mulher, nesta cidade???

É, serão cinco longos meses de espera...

...mas vale a pena esperar por ela.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Nosso Homem na Cozinha.


Como citei no primeiro texto deste ano, faz uns meses que comecei a explorar o misterioso e espetacular universo da...culinária. Quem me conhece de longa data, sabe que, até pouco tempo atrás, eu era tão ruim de negócio que conseguia até queimar a água, tentando fervê-la. Mas isso foi em outros tempos e era com outro Édnei Pedroso.

Este novo Édnei é um cara descolado, romântico, que se esmera em aprender coisas novas para impressionar sua garota e não morrer de fome. E se há duas coisas sólidas nesta vida são:

* Mulheres adoram homens que sabem cozinhar;
* Morrer de fome é uma das piores formas de se chamar a atenção.

Pois então, uma das coisas que ela e eu fazemos bem juntos é cozinhar. Ora ela traz alguma receitinha, ora eu. Lembro que a primeira coisa que resolvi encarar no fogão foi o que batizei de Strogonoff Indiano. Algo bem pagão mesmo, com direito a carne de vaca e tudo. Acompanhado de um bom Malbec, foi uma bela estréia. Uma cacofonia de sabores e ingredientes dos mais inusitados, e que cai bem em qualquer estação (alternando para vinho tinto se for inverno, Cabernet básico é uma opção). A receita? Ou no Google (esta não tem como achar com este nome), ou perguntando-me via e-mail (edpedroso@gmail.com).

De lá pra cá, variamos entre peixes com leite de côco, molhos inusitados (virei especialista em Molho de Pimentão e Manga, indicado para aves: ninguém morreu na ceia de natal) e até uma receita clássica de risoto, que aprendi de olho. Como também disse em outro texto, minha mãe terá um piripaque quando ver isso na prática.

Com essas desventuras na cozinha, descobri que arroz de saquinho (daqueles que vêm em porções medidas dentro da embalagem) é a forma mais trapaceira de se fazer um arroz perfeito, que farinha de trigo + altas temperaturas pode ser uma receita alternativa para a bomba atômica e que, como diria o Chef Gausteau, qualquer mané pode cozinhar.

Mas o mais importante a se aprender é:

a melhor forma de cozinhar é estando em boa companhia.;-)

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Jack is Back!

Não tem pra ninguém! Após um ano de ócio, a Fox americana estreou a tão aguardada 7ª temporada de 24, trazendo o ex-agente especial Jack Bauer para mais um dia infernal. E para deleite dos fãs, o canal pôs na roda não um, mas DOIS episódios de estréia na noite deste último domingo (das 08am às 09am, e das 09am às 10am), e mais DOIS episódios na segunda-feira (das 10am às 11am, e das 11am às 12am).

Antes de continuar, aviso que pode haver alguns SPOILERS no texto abaixo (para quem nunca acompanhou a série), mesmo que eu tente omitir as informações principais o máximo possível.

Dito isso, vamos à sinopse: a CTU foi desativada após denúncias de grupos de Direitos Humanos sobre maus tratos a prisioneiros e métodos não ortodoxos de interrogatórios e investigações (o que nos leva à provável maior mudança desta para as outras temporadas, a ambientação: se antes Jack pipocava pelas ruas sujas e suspeitas de Los Angeles, desta vez ele terá de resolver seus problemas em Washington, às portas da Casa Branca).

Nos minutos iniciais desta nova temporada, vemos um Jack Bauer limpinho e barbeado, sendo indiciado pelo Congresso Americano por abuso, insubordinação, entre outras acusações. Porém, antes que a audiência siga adiante, o FBI requisita o auxílio do ex-operativo da CTU na captura de um terrorista que, para a surpresa de Jack, foi identificado como sendo Tony Almeida, seu melhor amigo, dado como morto na 5ª temporada.

Não devo ter dito nada que os spots de TV e outras mídias já não tenham falado antes da temporada começar: Tony está vivo e aloprando, inclusive jogando vôos domésticos uns contra os outros logo no segundo episódio. No primeiro episódio, ficamos por conta da apresentação de alguns personagens-chave, como a agente do FBI Reneé Walker (incubida de ciceronear Bauer enquanto este auxilia o Bureal), o Diretor-Assistente do FBI Larry Moss (que ganha a antipatia de Jack logo de cara), bem como o núcleo presidencial, composto pela Presidente dos EUA Allison Taylor, seu marido Henry (que suspeita que a morte do filho tenha sido encomendada), e o Chefe de Gabinete Ethan Kanin, estes três últimos com suas atenções divididas entre as ameaças terroristas de Tony e a Guerra Civil em Sangala, país africano cuja liderança foi usurpada pelo General Juma em 24: Redemption. Mas se o circo parece esquentar para essas pessoas, para Jack, porém, a temporada se inicia em marcha mais lenta. Se por um lado o ex-agente está disposto a pagar por suas transgressões à Convenção de Genebra, por outro o vemos ficar bem nervoso ao constatar que o FBI é certinho demais nas suas demandas e, por isso, não produz resultados satisfatórios na caça ao Tony.

Mas isso é apenas o primeiro episódio e teve mais três na sequência. Como qualquer bom fã de 24 sabe, basta apenas um minuto para que tudo vire de ponta cabeça. De um momento para o outro, pessoas que se acreditava serem honestas podem vir a mostrar um lado maligno, bem como vilões iniciais podem acabar salvando o dia. Nos outros episódios, já constatamos que a coisa não é bem assim e aí a coisa pega: a situação de Sangala vira uma batata quente e Jack volta à velha forma, metendo-se em tiroteios, perseguições sorrateiras, troca de sopapos com Tony e, só pra manter o hábito, tornando-se inimigo público Nº 1. Não foram episódios bíblicos como os quatro primeiros da 6ª temporada, mas com certeza esta nova temporada promete.

E essas são as primeiras quatro horas do dia...

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Homer x Alá

Uma polêmica acerca de um episódio de Os Simpsons foi levantada pelo porta-voz do Centro Cultural Islâmico no Reino Unido e da Mesquita Central de Londres, nesta semana: em um dos episódios da nova temporada do desenho, Homer Simpson acusa seus novos vizinhos, uma família árabe, de serem terroristas.

Após descobrir que Amid (o patriarca da família em questão) apenas trabalha para uma companhia de demolição, Homer tenta se desculpar convidando os novos vizinhos para jantar, e é óbvio que o tal jantar acaba com gafes em cima de gafes (que vão de chacotas com o Alcorão – livro sagrado dos muculmanos, até brincadeiras com o nome de Alá).

Para quem conhece o programa, tal esteriótipo é mais do que normal, uma vez que Os Simpsons são famosos em tirar sarro de todo tipo de adversidade, cultura ou etnia. Nós mesmos, brasileiros, já estivemos sob a mira da série: quem não se lembra do famigerado episódio onde a família de Springfield visita o Brasil e deixa a moral já baixa do povo brasileiro (que está sempre valorizando o que é de fora e espezinhando o que vem daqui) debaixo-do-cu-do-cachorro?

Claro que, para nós, tudo não passa de um dos inúmeros shows estadunidenses que entram por um lado e saem pelo outro. Nossa cultura e liberdade democrática nos possibilita deixar rolar, principalmente por ser uma brincadeira com algo que não é importante para a grande maioria dos brasileiros (francamente, quantas pessoas aqui são preocupadas com a imagem que o país tem lá fora?).

Mas aí entra a questão muçulmana, em uma realidade onde a confiança no povo árabe é abalada dia após dia, com atentados perpetrados por uns poucos, mas que acabam generalizando toda uma nação. Além desta situação melindrosa, que não fica melhor com um programa de TV tão difundido quanto Os Simpsons fazendo estas apologias (mesmo que de brincadeira), há o fator religioso, que está no topo da lista de importância dos islâmicos.

Se para nós, ocidentais, católicos, capitalistas, democráticos, liberais, não existe nada sagrado em nosso cotidiano, por que havemos de julgar ou condenar a reação contrária ou mobilização quando atingimos algo realmente importante para alguém? Temos o direito de ridicularizar algo sagrado, que é colocado acima da própria vida de uma ou de milhões de pessoas? Que dá significado à essas vidas? E se não concordamos ou sequer acreditamos nessas crenças, isso nos dá o direito de insistir no desrespeito para com um povo que leva a religião a sério de tal forma que toda sua vida, cultura e liberdade se baseiam nisso? Como podemos nos considerar tão abertos, iluminados, esclarecidos e, principalmente, civilizados, se não conseguimos perceber quando cruzamos um limite tão primordial, tão absurdamente claro, tão categoricamente humano?

Não sou árabe, nem muçulmano, e sequer conheço alguém de lá, mas uma coisa é certa: Homer Simpson perdeu uma ótima oportunidade de ficar quieto.

Para ler a notícia, basta clicar aqui.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

66th Golden Globe - Vencedores.

Ocorreu, na noite de ontem, a festa de premiação do 66º Globo de Ouro, considerado uma prévia do Oscar. A lista dos vencedores, você pode conferir aqui.

Kate com um dos prêmios. Cadê o outro???

Assim como houve muitas surpresas nas indicações, também começamos a mudar nossas apostas para a festa do Oscar. A começar pela consolidação da gracinha Kate Winslet como favorita ao prêmio da Academia, após abocanhar os Globos de Ouro de Melhor Atriz em Filme Dramático (por Revolutionary Road) e Melhor Atriz Coadjuvante (por The Reader).

Mickey Rourke em The Wrestler: tão feio quanto em Sin City.

Seguindo a linha das melhores atuações, temos Mickey Rourke, que voltou dos mortos, deu um reboot na sua carreira com o truculento Marv, de Sin City, e agora leva o Globo de Ouro de Melhor Ator em Filme Dramático por The Wrestler (batendo atores de talento como Sean Penn e Brad Pitt). Curiosamente, Rourke já foi lutador de luta-livre (tal qual o personagem).

Why so serious?

A maior barbada cinematográfica da noite, bem como o momento mais esperado, foi a premiação de Melhor Ator Coadjuvante, que foi anunciada e entregue por Demi Moore para Christopher Nolan, que a recebeu em nome do finado Heath Ledger, pelo desempenho magnífico no papel de Coringa em Batman - O Cavaleiro das Trevas. Nada mais justo.

Nem Vicky, nem Cristina: Maria Elena

Outros premiações interessantes na área do cinema deram o ar de suas graças: Danny Boyle, o diretor inglês responsável pelo irretocável Trainspotting, ganhou seu primeiro Globo de Ouro por Slumdog Millionaire, filme que também venceu o prêmio de Melhor Filme Dramático e de Melhor Roteiro, indicando que pode vir a surpreender na noite do Oscar. Vicky Cristina Barcelona, que é um filme agradável de Woody Allen (mas não hilário como muitos outros dele), roubou o prêmio de Melhor Filme Cômico, que - no meu humilde entender - deveria pertencer a Queime Depois de Ler (dos Irmãos Coen), mas fazer o quê, né?

O injustiçado Queime Depois de Ler.

Na área dos seriados (que eu já mencionei em outro texto que é meu motivo principal para ficar de olho no Globo de Ouro), algumas premiações seguiram as tendências do ano passado e outras me deixaram magoado...=P

Comecemos com o prêmio Made for TV mais esperado da noite: Melhor Série Dramática. Não rolou para House M.D., nem para a brilhante Dexter (cuja série vem ganhando um amadurecimento e tanto), a bola da vez é Mad Men, que arrebata o Globo de Ouro pelo segundo ano consecutivo e consolida a série como uma das mais bem-sucedidas da atualidade.

Byrne...
...e Anna.

Como se desgraça pouca fosse bobagem, o Globo de Ouro de Melhor Ator em Série Dramática seguiu um caminho totalmente inusitado, premiando o calejado ator Gabriel Byrne pelo seriado In Treatment (que eu, na minha ignorância, nunca ouvi falar, mas correrei atrás, uma vez que ela concorreu em todas as principais categorias do gênero). Para Melhor Atriz em Série Dramática, a insonsa Anna Paquin levou a melhor pela série vampiresca True Blood. Não, desta eu não vou atrás.

Bom, a minha torcida para meus seriados preferidos foi furada, mas nada que não possa ser resolvido no Globo de Ouro do ano que vem. Por enquanto, fico na expectativa do retorno das temporadas que estavam em andamento e tiveram de parar por causa do recesso de fim de ano, e do início das novas temporadas.

E dentre estas...

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Balanço...

Não sei se o ano que passou foi tão bom porque 2007 foi um desastre, ou se foi algo relacionado a posição dos planetas (já que meu inferno astral sumiu de março pra cá). Bem, não vou ficar tentando procurar teorias. Apenas comemoro o fim de um ano incrível para mim. Se no início de 2008 eu não queria por nada fazer um balanço do ano anterior, desta vez o faço com o gosto de quem conseguiu mudar algumas coisas na vida, e pra melhor.

Foi um ano de cautela e preparação para a Arquivo Morto. Com o término das filmagens de Os Batedores em maio, era hora da tão aguardada pós-produção: edição, efeitos, trilha, sonorização e a cópia-zero, que deve chegar agora em fevereiro. O que dizer do que vi até aqui? O Diretor/Editor Filipe Ferreira conseguiu agilizar a narrativa de tal forma que fico pasmo que tenha conseguido em apenas 20 minutos de tela (quando terminei de escrever o roteiro, jurei que era material pra 30 minutos ou até mais). Temos um material veloz (sem ser videoclíptico), engraçado (sem ser forçado) e muito, mas muito bem feito. Rendo os devidos créditos à equipe, que se puxou na produção e na arte. As atuações estão fora da casa e, com certeza, surpreenderão. Nós da AM não fizemos mais nada da vida neste ano, mas valeu a pena: 2009 será o ano para colher os frutos de Os Batedores.

Foi um ano de mudanças no meu lado profissional. Comecei trabalhando em uma empresa de sistemas de segurança onde eu me estressava até nos sonhos e terminei trabalhando em uma velha e conhecida parceira da AM. A grana é melhor, o stress é menor e tenho tempo para tocar meus projetos e estudos enquanto trabalho. Parece estranho, mas é exatamente isso: o que faço hoje me possibilita agir paralelamente sem comprometer minhas funções. Este texto, digitado no meu horário de trabalho, é prova cabal disso.

Foi um ano de trabalho para minhas aspirações literárias. Voltei a labutar em alguns projetos e roteiros (aguaaaaaaardem), bem como iniciei a saga O Futuro é Agora aqui no blog (reinventando o clima futuro-apocalíptico-noir-com-tempero-brazuca dos escritos de Tudo é Passado, do extinto G6). É possível que eu a termine na semana que vem. Quanto ao Sem 666 Palavras, ele continua servindo para desopilar o fígado e informar, ponderar e distrair. Desde que instalei o Google Analytics (em outubro de 2008), computei visitas do Japão à Republica Dominicana, da Turquia à Shenzen, na China. É claro que esses desafortunados caíram aqui sem querer, mas há também informes de que tem umas 15 cabeças que seguem esses escritos religiosamente, e para esses, vai o meu abraço (desculpem crianças, não posso mandar um "beijo do gordo", pois não sou gordo).

Foi um ano de descobertas culinárias. Comecei a me interessar pela arte em novembro e venho aprontando todas na cozinha (com uma professora pra lá de especial). Minha primeira engenhosidade foi um Strogonoff Indiano (se é pra começar, começo chutando alto, né)...e foi um sucesso. Minha mãe vai ter um piripaque quando eu chegar em Tubarão mandando ver.

Foi um ano de buscas intensas atrás de uma moradia decente. Comecei 2008 alugando um quarto-caixa-de-fósforo em um apê deprê e passei por mais três moradas, até engrenar neste lugar onde estou hoje: um quarto em um apê muito bacana e super bem localizado, que comporta todo o conforto do qual preciso e tem ALTO ASTRAL (tipo, finalmente moro em um lugar onde me sinto bem em descansar), isso é primordial.

Foi um ano intenso nas minhas relações pessoais. Meus filhos vêm crescendo cada vez mais fofos, espertos e loucos por mim. Melhorei minha relação com meu pai (até cerveja em um bar a gente tomou juntos, veja só). Alguns amigos se distanciaram e outros tornaram-se verdadeiros faróis nas noites escuras (que neste ano foram muito poucas). Renovei laços com velhos comparsas. Reforcei a amizade do meu melhor amigo como nunca. E em uma noite fria de junho, conheci uma pessoa...e descobri o amor.

E nada melhor do que findar este ano tão incrível que foi 2008 na companhia desta mulher tão especial. Nada de fogos, nem badalações, nem exageros. Apenas um hotel retirado em Tapes/RS, em uma pequena praia deslumbrante da Lagoa dos Patos (o último recanto de praia realmente limpa do Estado), com água até onde sua vista alcança. Na virada: frutas, uma garrafa de Moscatel, duas taças e nós dois, em uma tendinha árabe só nossa. Não precisávamos de mais nada. Estava tudo ali, e foi perfeito.

Se 2008 foi tão especial, então ao menos posso dizer que 2009 começou mágico. Como todo mundo, faço votos para que continue sendo tão bom quanto esses dias de renovação, e fico na torcida para que esses tempos, que já são maravilhosos, fiquem ainda melhores...