terça-feira, 30 de outubro de 2007

Sábado Cheio - Primeira Parte - O Piá

Levantei da cama como um gato e pulei dentro da roupa já escolhida para o longo dia que seria este sábado que passou. Já é quase uma rotina: ir ver meu filho de manhã, ficar com ele até o meio da tarde e usar o resto do dia para resolver pepinos de produção de Os Batedores.

Como o dia foi longo e cheio de coisas legais, vamos dividir o treco em duas partes...

Esta parte é sobre o meu filhote, a quem chamo sempre de “Piá”.

O Piá, hoje, tem quatro anos de idade. Se eu tivesse que descrevê-lo em uma palavra, acho que seria “Ninja”. O que dizer de um guri que lê e escreve desde que tinha um ano e alguns meses? O que dizer de um moleque que, quando só engatinhava, usava folhas de jornal para evitar o atrito e deslizar pelo chão? Que é capaz de contar até mil e dizer o alfabeto todo (com K, Y e W nos lugares certos) em português e em inglês, inclusive de trás pra frente? Que tem até login e senha no micro de casa?

Um ninjinha loiro, com bochechas convidativas e uma carinha linda (tal qual a foto mostra). Como diz no álbum no meu orkut, “O único homem que eu amo”. Muitas vezes não parece, mas esse guri, juntamente com minha filha, é o meu centro. O que realmente me move. São as únicas coisas que me impedem de explodir de vez ou de cometer atos criminosos quando algum espírito-de-porco se apossa do meu ser.

São os meus amores.

Pois bem, cheguei na casa dele e logo fui recepcionado com beijos e abraços. A voz dele quando me diz que está com saudades e que me ama me aperta o peito, mas é uma daquelas peculiaridades da vida que estão cada vez mais presentes no dia a dia da sociedade atual. Prova disso é o fato de que a maioria das pessoas que conheço, inclusive amigos próximos, são frutos de pais divorciados. Eu mesmo sou desta leva. É uma constante. As pessoas andam preferindo se separar e tentar ser felizes do que manter a instituição familiar em detrimento de suas felicidades. As vezes é um mal. As vezes é um mal necessário. Neste assunto, sou quase um PHd, pois passei por dois casamentos, e agora ando solteiro de novo...

Quando a mãe dele saiu, começamos a brincar: o brinquedo preferido do Piá já foi quebra-cabeças, letras de plástico (ou de espuma) e até o Word (ele faz coisas neste editor de textos que nem eu sei como). Hoje em dia, a fascinação dele está em carros. Carrinhos, na verdade, tipo Hot Wells. Graças ao filme Carros, da Pixar/Disney, ele nomeia os carrinhos que ganha com o nome de cada personagem da animação. Só de Relâmpago MacQueen, ele tem quatro. Basta ser vermelho e levemente esportivo. Disputamos corridas, simulamos acidentes, enfim, jogamos carros de um lado para o outro até cansar e seguir para o Laptop de brinquedo dele. Um aparelhinho barulhento verde-limão, que tem trocentas atividades e é tri educativo. Nele criamos músicas juntos, fazemos continhas de somar e subtrair, entre outras coisas. Quem lida com crianças sabe que elas sempre se cansam rápido do que estão fazendo e gostam de trocar de atividade o tempo todo. Talvez seja por causa dessa hiperatividade que eu não goste de crianças: só das minhas mesmo. Pulamos para o micro, onde tem um jogo do Carros instalado, e lá vamos nós de novo, desvendando personagens e brincando...

Acabamos brincando bastante e, num repente, ele vira pra mim e me diz:

- Papai, eu tô cansado.

Segue para a cama, deita e dorme, quase que instantaneamente. Graças a uma vacina contra rubéola (dizem que anda dando surto disso aqui em Porto Alegre), o Piá acabou tendo febre e isso derruba qualquer um. Coloquei meu guri na cama, dei um beijão na testa dele e o deixei aos cuidados da avó. Saí de lá com o coração na mão. Como sempre saio. Sempre.

Meu consolo é que no findi que vem sempre tem mais.

P.S: Não se preocupem, o Piá já está bem, e pronto pra outra.=P

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Os Invasores no cinema.


Ontem não foi exatamente um dia fácil: entre um stress danado no estágio, problemas de produção e uma premissa não muito animadora para o resto deste ano que foi, no mínimo, insólito pra mim, minha cabeça dava voltas e eu precisava terminar o dia com algo que não fosse uma aula chata pra cacete de Sistemática de Comércio Internacional (com uma professora que até tenta, mas não consegue tornar a aula menos cansativa).

Eu, ontem, estava um caco...

Meu cumpadre, com quem eu falava via MSN (enquanto virava uma mesa de raiva), me convidou para ir ao cinema e tentar desanuviar a mente dos pensamentos desagradáveis que andavam rondando minha cabeça. Não estava na pilha, mas fui. Naquela hora eu já estava vendo vultos marrons (provavelmente frutos de algum problema neurológico que ainda hei de descobrir), então pior eu não podia ficar...

Fomos ao cinema.

O nome do filme era Invasores. Já ouviu falar? Pois é, eu também não, mas como o cinema anda de mal a pior nessa época do ano, resolvemos tentar. O elenco conta com Nicole Kidman (photoshopeada) no papel de uma psiquiatra que procura o filho perdido em meio a uma epidemia alienígena, e seu parceiro de cena, Daniel Craig, com aquela cara de quem veio e não disse nada (acredito que ele ganha mais fazendo o Bond e só). A história, baseada em livro de Jack Finney (e já filmada três vezes antes dessa tentativa), é uma ficção científica contida, onde a tal epidemia começa com um acidente com um ônibus espacial e logo vai tomando proporções mundiais. Mais contida ainda (ou mais ruim ainda, tu escolhe) é a direção do tal Oliver Hirschbiegel (que só hoje fui descobrir que havia dirigido “A Queda – As Últimas Horas de Hitler”), que neste filme deu uma aula de como desperdiçar o maior número possível de chances para se fazer um bom filme (palavras do meu amigo). Closes pavorosos e takes acompanhados de um ponto de interrogação estão presentes o tempo todo, pincelados por (d) efeitos especiais mostrando a atuação do vírus no sangue da galera. Bem que o tal Oliver poderia se confinar na Europa e só dirigir filmes de época... Quanto as atuações, obviamente estão impecáveis, com direito ao Dr. Galeano (Jeffrey Wright) elucidando todo o mistério ao casal sem nenhum resquício de emoção, enquanto comentava que a Europa e o Japão já estavam tomados pela epidemia (provavelmente ele já estava contaminado nesta cena, erro de continuidade, rsrsrsrs).

Misericórdia...

Embora um filme 100% meia boca, saí da sessão um pouco mais leve. É claro que ainda ressentido com algumas coisas simples da vida (acho que todo mundo tem direito a um dia de cão, não é mesmo?). Ainda bem que, logo mais, recebi um telefonema que solucionou um problemão que eu tinha, e isso melhorou meu astral.

Bem que todos os nossos problemas poderiam sumir assim, né? Ao som de um toque telefônico...

***

Dica de filme:

Invasores (The Invasion)
Diretor: Oliver Hirschbiegel
Elenco: Nicole Kidman (Carol Bennell), Daniel Craig (Ben Driscoll), Jeremy Northam (Tucker Kaufman), Jeffrey Wright (Dr. Galeano)
Duração: 93 minutos
Gênero: Ficção Científica
Ano: 2007

Não é um filme que eu veria de novo, mas acho que até cabe ver em DVD, ou pirateado (que é mais barato), principalmente se tu fores algum aficionado pelo gênero. Se vale a pena ver no cinema? Nem pensar.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Um longo dia de trabalho...no sábado.

Pois é, faz um tempo que eu não durmo mais de 4 horas por noite, e neste sábado não foi diferente: acordei cedinho para visitar meu filhotão e, de lá, seguir para o centro na primeira hora da tarde para encontrar alguns membros da equipe do nosso mais novo curta.

Ah, é bom abrir um parênteses aqui, até porque algumas pessoas que por ventura lerem este blog podem não me conhecer (e como comecei a ser “blogueiro” na semana passada...): estudo Administração na PUCRS, faço estágio em uma empresa de sistemas de segurança e, nas horas vagas, divido meu tempo entre visitar meu filho (que mora com a mãe dele, minha ex-gata), sair com amigos, estudar e escrever roteiros e produzir para cinema de guerrilha em Porto Alegre.

Eu e meu cumpadre (que é meu melhor amigo, meu filho tem o nome dele) somos os responsáveis pela Arquivo Morto, uma produtora independente sem fins lucrativos que idealiza histórias, convoca pessoal e produz cinema no amor. Depois das pessoas que eu amo, esta é, de longe, minha maior paixão: fazer cinema de guerrilha.

Estamos com esse projeto denominado Os Batedores, um curta-metragem sobre um ladrão de carteiras que é obrigado a pagar uma dívida grande em poucas horas e terá de suar a camisa pra conseguir a grana. Roteiro meu (não sei como consigo convencer pessoas a filmarem de graça as minhas histórias, mas enfim...) e Direção de Produção idem. Fiquem atentos, pois falarei muito sobre ele aqui ainda.

Fechando o parênteses: este é um post sobre cinema de guerrilha...

Como disse acima, depois de deixar meu piá na casa de uma tia, segui pro Centrão para encontrar um pessoal para perambular pelas ruas a fim de achar locações externas interessantes. Depois de encontrar o Diretor, o sonoplasta e o assistente de direção, seguimos caminhando e tirando fotos de possíveis locais. Neste curta, haverá três cenas externas no centro e duas seqüências de montagem, mas sem sombra de dúvidas, nossa principal cena será a de um linchamento, que o Diretor (queriiiiiiiiidoooooooo) inventou de filmar artesanalmente na Esquina Democrática, a esquina mais movimentada da cidade.

Não dá nada, matamos no peito. Pelo menos o ator a ser “linchado” não será eu. Nesta esquina, encontramos uma daquelas estátuas-vivas, e logo nosso Diretor (queriiiiiiiiiiiiidoooooooo) teve a idéia brilhante (ok, admito, é brilhante) de incluir o artista na cena. Fazendo um outro parênteses, é interessante como o mercado de estátuas-vivas anda evoluindo: antigamente o cara que se vestia de anjo e ficava na Andradas era o bam-bam-bam da parada (chegou a figurar num filme do Jorge Furtado). Hoje, eles são obrigados a usar a criatividade, normalmente no figurino, para burlar a concorrência, que é quase em massa (dia desses vi um moleque qualquer tentando tirar algum vestindo uma bermuda e com o corpo todo pintado de cinza). Neste caso, o sujeito em questão vestia uma roupa toda produzida, com máscaras (aquelas de bailes) e babados em várias partes do corpo. Um visual bacana.

- Édnei, temos de pegar os contatos dele. Vai lá.

- Eu????

- Sim, tu é o produtor. Achou que esse trabalho era peidar dormindo, é?

Lá foi o Édnei falar com o sujeito. Comecei a tagarelar e o cara não se mexeu. Saquei que ia ter de pagar para chamar a atenção dele. Pedi pro meu colega jogar uma moeda na urna. Após o tilintar do metal, a estátua se inclinou.

- Boa tarde, estamos fazendo a produção de um curta...

- Sorry, i don’t understanding you.

Que beleza, o puto falava inglês e o meu inglês andava um caco. Chamei o Diretor e pedi pra eles se arranjarem com o cara. Num inglês quase perspicaz, os dois se acertaram, o Diretor pegou os contatos dele e, quando agradecemos com um “Thanks”, o cara responde “De nada” com um sotaque paulista.

Depois de sermos passados pra trás por um cara que ganha a vida fingindo ser uma estátua, seguimos para nossa segunda reunião do dia. Ao chegar no carro, o Diretor recebeu um torpedo da nossa Diretora de Arte dizendo que ela estava saindo do projeto por motivos mil (e um deles seria minha “imaturidade”). Sim, eu tinha uma certa pendência com ela (por questões pessoais cuja época este blog não pegou), mas abandonar um projeto relativamente grande e bonito que é este nos 47 minutos do segundo tempo (previsão de início das filmagens para daqui a duas semanas) não é exatamente uma boa amostra de maturidade, certo?

Bem, azar o dela, problema nosso: usamos então a reunião das 16h para formalizar soluções em relação à arte e tratar de outras coisinhas básicas (como nosso fornecimento de água mineral nas gravações). Não demorou muito para que nosso assistente de direção abraçasse a causa e convocasse, naquela mesma tarde, uma figurinista e produtora de figurino (sim, além de ser Diretora de Arte, a figurinha era também figurinista e produtora de figurino). O assistente olhava para a lista de pendências que passei pra ele e dizia “Deixa comigo, deixa comigo”.

Passamos o restante de sábado tentando resolver isso. Na manhã seguinte, sou acordado pelo celular: era o Diretor me ligando para avisar que seu assistente havia conseguido, naquela manhã, o restante da equipe de arte que o curta precisava. Em suma, para o bem do projeto (e nosso) ou para o mal (de alguém que, por ventura, não teve a menor consideração em nos deixar na mão), ficamos desfalcados por menos de 24 horas.

Hoje estamos com o time técnico completo. O Assistente de Direção é foda. O Diretor é foda. O Roteiro é foda. O Elenco é foda. A Equipe é foda. O Projeto é foda.

E este filme, meus amigos, vai ser muito foda também...Isso é cinema de guerrilha, senhoras e senhores.

domingo, 21 de outubro de 2007

Grindhouse's Rodriguez

Ontem finalmente consegui conferir a dobradinha Tarantino/Rodriguez na íntegra ao assistir Planet Terror, a parte do bolo de “Grindhouse” dirigida pelo sempre divertido Robert Rodriguez.

Já tinha assistido Death Proof há um mês atrás e chorado ao ver que se tratava de um filme muito bom em técnica (mesmo se tratando de um “grindhouse”, gênero onde a marca registrada é a falta de qualidade do produto final), mas modorrento na agilidade dos acontecimentos (e com um roteiro e diálogos looooooooooongos...). Faltava-me ver o que o mexicano Rodriguez tinha feito para contrabalançar essa bomba que o Tarantino nos fez engolir...

Planet Terror é uma pérola do gore. Uma arma química vaza e infecta toda uma cidade, transformando o pessoal em monstros mutantes sedentos por carne humana. Entre um exército inescrupuloso (liderado pelo Bruce Willis de cavanhaque) e um monte de criaturas nojentas, eis que surgem alguns personagens tentando sobreviver à hecatombe: uma stripper ma-ra-vi-lho-sa e seu ex-namorado ninja, um xerife e seu irmão (que duelam pelo segredo de um molho especial para churrasco), um médico psicopata e sua mulher lésbica, bem como outros tantos que pululam na tela perdendo membros e figurando momentos memoráveis (como Tom Savini, o maquiador-mor de Rodriguez, ou aquela gostosa do “Black Eyed Peas” cujo nome não lembro agora e também não tenho saco de pesquisar). Tiros, explosões, situações impossíveis (como a mina que anda com uma metranca no lugar da perna amputada), bolhas de pus...vale até dramalhão mexicano para prender o espectador nos 97 minutos de filme. Obrigatório, mesmo que seja pra falar mal depois...

***

Dica de Filme:

Planet Terror
Diretor: Robert Rodriguez
Elenco: Freddy Rodríguez (El Wray), Rose McGowan (Cherry Darling), Bruce Willis (Tenente Muldoon), Naveen Andrews (Abby)
Duração: 97 minutos
Gênero: Terror
Ano: 2007

Uma das melhores partes do espetáculo está logo no início, no trailer de Machete, onde Danny Trejo, o chicano com a lata mais preparada do planeta, é um assassino em busca de vingança contra seu contratador. O cara faz misérias com um facão, promove um banho de sangue e congela o Alasca só com aquele olhar sinistro.

“Se você vai contratar Machete para matar os homens maus, tenha certeza de que você não é um deles.”

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Abdomioquê???

Faz mais ou menos três semanas que comecei a freqüentar uma academia no bairro Floresta, próximo ao lugar onde faço estágio. Embora eu já tenha um corpinho bem enxuto para os meus 28 anos (velhooooooooooo), senti necessidade de criar disposição e aumentar minha massa muscular, afinal, faz uns 6 anos que estou no mesmo peso, sem tirar nem pôr, e minha cabeça não pára de crescer...=P

Mas como eu encontro tempo, sendo que trabalho o dia todo, estudo a noite e tenho meus fins de semana sempre cheios com visitas ao filho, saída com amigos, reuniões de produção, etc, etc? Bem, faço pouco mais de uma hora de exercícios naquelas geringonças, todos os dias, religiosamente, antes de entrar no trampo (lá pelas 7 da manhã), ou no horário de almoço.

Para impulsionar, o pessoal de lá é super gente fina. Um amigo meu me disse certa vez que instrutores (as) de academia sempre te tratam como velhos conhecidos...e lá não é diferente. Pouco mais de uma semana e todo mundo já sabia meu nome sem errar o lugar do acento. Quase duas semanas depois e já estava num churrasco e jogando futebol com a galera (não ao mesmo tempo, claro). Até que chegou três semanas depois...

Ontem...


Cheguei lá no horário de almoço. Quando eu estava me preparando para me aquecer em uma esteira, o instrutor gritou de longe:

- Édnei, bora pra aula de abdominal.
- Abdomioquê???

Tratava-se de uma aula especial de ABT, que acontece três vezes na semana e está incorporada ao plano que assinei junto à academia. Mal entrei na sala (onde tinham 10 mulheres e um único cara) e a instrutora já mandou todos sentarem seus traseiros nos colchonetes e seguir seus movimentos.

Foram quase 50 minutos de pura tortura. Exercícios que trabalhavam única e exclusivamente a região da pança e todo mundo se esbaforindo pra tentar sobreviver.

- Vamo pessoal. Sem desanimar, gritava a instrutora.

Naquele momento, ela deixava de ser uma moreninha gata pra se transformar no meu pior pesadelo. Quando eu achava que estava acabando, os exercícios se repetiam, e eu voltava a pensar nos Campos Elísios.

Saí da sala com uma placa de ferro no lugar da barriga. Como eu ainda tinha uns 20 minutos, e já estava aquecido (à força), fui intimado a prosseguir a série de exercícios que eu já executava antes de saber da existência da ABT. Série de braços, peito e pernas alternadamente, sem dar descanso.

- Semana que vem tem mais, dizia a moça.

“Provavelmente ela não ganha do namorado nas quartas.” – Pensei em OFF, e respondi com um sorriso amarelo.

Por mais que tenha sido um suplício, me alegrou saber que eu consegui sobreviver e que estou, finalmente, saindo do ócio físico (só 28 anos sem fazer exercícios). No fim das contas, recomendo não só o lugar onde malho, mas uma atividade física constante: me sinto muito mais disposto e minha auto-estima tem se elevado a cada dia.

Neste mundo cão, isso pode fazer a diferença...


***

Dica de lugar:

Academia Phisical Center: Rua Dr. Timóteo, 249 – Porto Alegre
Fones: 30133495 e 30133498 –
phisicalcenter@hotmail.com

Ambiente amplo, acompanhamento profissional com fichas de evolução, aparelhos 0 Km, horários super flexíveis e planos bem acessíveis. O pessoal é bacana, as gatas são 10 e não há acotovelamento de pessoas nos horários diurnos (não tem risco de um magrão ficar fungando no teu cangote porque quer usar o aparelho que tu tá usando).

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Festa a Fantasia

Depois de um dia cheio, no sábado passado, chegou as 23:00h e a iminência do “nada pra fazer” começou a me apertar. Parceiros de festa viajando, aquele sono que não chega...Resolvo então ligar para a criatura mais improvável que existe (não, não era Bilbo Bolseiro, mas também possui cabelos cacheados): um grande amigo que havia desaparecido das nossas vistas. Segue conversa telefônica:

- Fulano, estou sem pai nem mãe. Meus chapas sumiram e não sei onde é a noite.

- A noite hoje é Festa a Fantasia no Beco. Bebida liberada. 45 pilas sem fantasia e 30 com. Mas te aviso que estarei acompanhado.

- Vou pensar. Qualquer coisa te ligo.

Cheguei em casa e fiquei pensando: O Beco...putz, falam tão bem do lugar, mas também falam tão mal. Conhecia o local na época do “Cabaret Voltaire”, e agora era o “Cabaret do Beco”. Onde diabos vou achar uma fantasia há essa hora pra economizar 15 real? Fucei nos recônditos da minha imaginação e me fiz de louco.

- Tchê, arrumei a fantasia. To indo praí.

Descobri que meu amigo, disfarçado de “Bon Jovi”, estava acompanhado de uma “Rainha das Trevas” e que iríamos pegar mais um casal e uma amiga para seguirmos ao Beco. Logo o carro (carinhosamente apelidado de “Ecto 1”) estaria recheado com um astro do rock dos anos 80 na direção, uma monarca do mal no banco da frente, uma espanhola, uma cantora pop star também dos anos 80, Bono (do U2) em pessoa e um perito criminal (that’s me).

O Beco...

Na frente, uma placa dizendo “Bem-vindo ao Inferno!” nos dava as boas vindas. Em uma recepção no fim da escada (ou seria no início???), montada nas coxas, uma mulher gorda vestida de não-sei-o-quê fazia o interrogatório:

- Tá vestido de quê?

- De Bad Boy, dizia o Bon Jovi.

Quando chegou minha vez e ela me fez essa pergunta, apenas estalei a luva cirúrgica da mão direita e fiz cara de mau. A gorda fez sinal negativo com a cabeça e me alcançou uma entrada de 30 pilas. Eu estava dentro.

O lugar continuava quase o mesmo, só que mais decadente. O bar, logo na entrada, convidava o pessoal a se entragolecer de cara, coisa que nossa roda fazia com destreza. Ceva vai, ceva vem, e a música tocando alto. Muitos estilos, mostrando que o DJ estava realmente chapado.

Não demorou muito para que a roda descesse até o “submundo” do Beco: a pista de dança, o lugar onde as coisas acontecem por lá. Dei uma boa olhada e respirei fundo. Logo uma garota vestida de diaba segurou meu braço e me puxou. Contagem: 1, 2, 3, plim, 5...ops. Sim, o Beco ainda é um cabaret, e quem disser que lá não rola nada, provavelmente está tentando te vender um nabo. Cuidado, mermão...

Ponto alto da noite: eu, apoiado no balcão, cantando “Enjoy The Silence” junto com uma mina vestida de Cleópatra. Graças a isso, acabei virando “habitué” do local, pois nenhum lugar do mundo te proporciona isso, só o Beco. Segue a letra da música:

Enjoy the Silence (Depeche Mode)

Words like violence
Break the silence
Come crashing in
Into my little world
Painful to me
Pierce right through me
Can’t you uderstand
Oh my little girl

All i ever wanted
All i ever needed
Is here in my arms
Words are very unnecessary
They can only do harm

Vows are spoken
To be broken
Feelings are intense
Words are trivial
Pleasures remain
So does the pain
Words are meaningless
And forgettable

All i ever wanted
All i ever needed
Is here in my arms
Words are very unnecessary
They can only do harm

All i ever wanted
All i ever needed
Is here in my arms
Words are very unnecessary
They can only do harm

And forgettable
All i ever wanted
All i ever needed
Is here in my arms
Words are very unnecessary
They can only do harm

All i ever wanted
All i ever needed
Is here in my arms
Words are very unnecessary
They can only do harm

Enjoy the silence

A cantora pop star já havia se rendido ao álcool e minha bexiga lutava contra alguns junkies na fila do banheiro, que empacavam o acesso querendo cheirar alguma coisa: lamentável. O restante da roda já havia se dispersado, sobrando apenas o astro irlandês e sua espanhola tirando fotos.

Mais algumas circuladas (e circulantes) depois, acabei saindo do Beco sozinho, lá pelas 7 da manhã de domingo, caminhando trôpego pela Av. Independência até chegar na minha cama.

Domingo ainda seria beeeeeeeeeem longo...

***

Dica de lugar:

Cabaret do Beco: Av. Independência, 590 – Porto Alegre

Ambiente um pouco opressivo, junkies e gurizada (alguns ficam no estado do piá da figura acima), mas a birita é gelada, a música é boa e a satisfação é garantida. Toda quarta rola bebida liberada a 20 merréis.

Tais afim?

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Sem Meias Palavras!

Pois é, os que me conhecem sabem que não sou muito chegado a blogs. A idéia de ter de abrir um blog de algum conhecido para ler ele falando dele próprio me dava nos nervos. Eu acabava dizendo um “não, obrigado” ou até prometia dar uma olhadinha depois, mas no fim, desprezava a idéia e nem tocava mais no assunto.

Mas não adianta: quando me dizem que minha vida parece filme, acabo ficando com cara de tacho e me penalizando por não anotar essas “cenas” em lugar nenhum, tendo que contar somente com a minha memória (que sempre foi prodigiosa, mas pode falhar em algum momento) e com a narração de alguma testemunha ocular que, invariavelmente, acaba contando uma verdadeira epopéia com a empolgação de um guri (ou guria) de oito anos. O que poderia me quebrar o galho? É isso aí...

Queria escolher um nome mais bacana para este blog, mas o melhor nome de blog da face da Terra já está sendo usado pelo meu melhor amigo (www.sobrevivendoaojogo.blogspot.com) e, bem, não ando com tanta criatividade assim.

Aqui vocês encontrarão as desventuras reais de um roteirista, as proezas de um pai, as confissões de um pretenso amigo e as ilusões (ou desilusões) de um apaixonado pela vida, pelos filhos e pelo cinema. Claro que nem só de cafonice viverá o meu blog: em cada tópico, darei dicas de lugares bacanas em Porto Alegre (e além), comentarei alguma barbaridade que pulular nos jornais, falarei mal de algumas pessoas, bem de outras (regra de ouro do blog: sem nomes), comentarei filmes, espetáculos, enfim...tudo pode ser conferido através das tags (cujos significados seguem abaixo):

* Biscoito da Sorte -> Sempre um novo provérbio chinês para lhe abrir horizontes ou para ser usado como frase de pára-choque de caminhão;

* Cartmanland -> Todo post relacionado ou com citações ao seriado South Park, e seus personagens;

* Conta-Gotas -> Pequenas informações de qualquer espécie (leia-se cultura inútil).=P

* Contos de Fadas -> Aqui você encontra pequenas histórias ou citações à seres ou histórias encantadas.

* CTU Support ->
Todo post relacionado ou com citações ao seriado 24 Horas, e seus personagens;

* Descobertas -> Pequenas/grandes descobertas que faço na vida real;

* Divagações -> Pensamentos e opiniões pessoais sobre diversos assuntos;

* Diálogos -> Citações, falas, monólogos e diálogos de todo tipo;

* Do Front -> Opiniões e informações sobre o que sai na mídia;

* Enjoy Vicodin ->
Todo post relacionado ou com citações ao seriado House M.D., e seus personagens;

* Eu Queria ter Feito Isso -> Material de todo tipo feito por outros que me inspiram de alguma forma;

* Filmes ->
Todo post relacionado ou com citações A filmes e/ou personagens;

* Gostou? Foi eu que fiz -> Materiais criados por mim ou notícias sobre meu trabalho;

* Harry's Rules ->
Todo post relacionado ou com citações ao seriado Dexter, e seus personagens;

* HQ o quê? ->
Todo post relacionado ou com citações à Histórias em Quadrinhos e/ou personagens;

* Livros ->
Todo post relacionado ou com citações a livros e/ou personagens;

* Lugares -> Dicas e descrições de lugares reais;

* Lyrics -> Letras de música;

* Motivacional -> Motivacionais curiosos feitos por mim ou coletados na internet;

* Na Rede -> Links para alguma curiosidade na internet;

* Nosso Homem na Cozinha -> Narração das aventuras que faço em frente ao fogão;

* O Futuro é Agora -> Coletânea de contos da saga "O Futuro é Agora", que mostra uma versão apocalíptica de Porto Alegre e a busca de um anti-herói por um fardo de cerveja;

* Os Batedores -> Notícias sobre o curta-metragem da Arquivo Morto;

* Pérolas do YouTube -> O nome já diz tudo;

* Seriados ->
Todo post relacionado ou com citações a seriados em geral;

* Snake Doc ->
Todo post relacionado ou com citações ao seriado The Unit, e seus personagens;

* Sobrecarga -> Republicação das minhas críticas de cinema, publicadas originalmente no extinto site Sobrecarga.

* Tratados -> Verdades incontestáveis sobre as coisas da vida...segundo eu;

* Travel -> Narrativas de viagens que faço;

* Trekkierismos ->
Todo post relacionado ou com citações ao universo Trekkie, e seus personagens;

E segue o baile...