terça-feira, 30 de outubro de 2007

Sábado Cheio - Primeira Parte - O Piá

Levantei da cama como um gato e pulei dentro da roupa já escolhida para o longo dia que seria este sábado que passou. Já é quase uma rotina: ir ver meu filho de manhã, ficar com ele até o meio da tarde e usar o resto do dia para resolver pepinos de produção de Os Batedores.

Como o dia foi longo e cheio de coisas legais, vamos dividir o treco em duas partes...

Esta parte é sobre o meu filhote, a quem chamo sempre de “Piá”.

O Piá, hoje, tem quatro anos de idade. Se eu tivesse que descrevê-lo em uma palavra, acho que seria “Ninja”. O que dizer de um guri que lê e escreve desde que tinha um ano e alguns meses? O que dizer de um moleque que, quando só engatinhava, usava folhas de jornal para evitar o atrito e deslizar pelo chão? Que é capaz de contar até mil e dizer o alfabeto todo (com K, Y e W nos lugares certos) em português e em inglês, inclusive de trás pra frente? Que tem até login e senha no micro de casa?

Um ninjinha loiro, com bochechas convidativas e uma carinha linda (tal qual a foto mostra). Como diz no álbum no meu orkut, “O único homem que eu amo”. Muitas vezes não parece, mas esse guri, juntamente com minha filha, é o meu centro. O que realmente me move. São as únicas coisas que me impedem de explodir de vez ou de cometer atos criminosos quando algum espírito-de-porco se apossa do meu ser.

São os meus amores.

Pois bem, cheguei na casa dele e logo fui recepcionado com beijos e abraços. A voz dele quando me diz que está com saudades e que me ama me aperta o peito, mas é uma daquelas peculiaridades da vida que estão cada vez mais presentes no dia a dia da sociedade atual. Prova disso é o fato de que a maioria das pessoas que conheço, inclusive amigos próximos, são frutos de pais divorciados. Eu mesmo sou desta leva. É uma constante. As pessoas andam preferindo se separar e tentar ser felizes do que manter a instituição familiar em detrimento de suas felicidades. As vezes é um mal. As vezes é um mal necessário. Neste assunto, sou quase um PHd, pois passei por dois casamentos, e agora ando solteiro de novo...

Quando a mãe dele saiu, começamos a brincar: o brinquedo preferido do Piá já foi quebra-cabeças, letras de plástico (ou de espuma) e até o Word (ele faz coisas neste editor de textos que nem eu sei como). Hoje em dia, a fascinação dele está em carros. Carrinhos, na verdade, tipo Hot Wells. Graças ao filme Carros, da Pixar/Disney, ele nomeia os carrinhos que ganha com o nome de cada personagem da animação. Só de Relâmpago MacQueen, ele tem quatro. Basta ser vermelho e levemente esportivo. Disputamos corridas, simulamos acidentes, enfim, jogamos carros de um lado para o outro até cansar e seguir para o Laptop de brinquedo dele. Um aparelhinho barulhento verde-limão, que tem trocentas atividades e é tri educativo. Nele criamos músicas juntos, fazemos continhas de somar e subtrair, entre outras coisas. Quem lida com crianças sabe que elas sempre se cansam rápido do que estão fazendo e gostam de trocar de atividade o tempo todo. Talvez seja por causa dessa hiperatividade que eu não goste de crianças: só das minhas mesmo. Pulamos para o micro, onde tem um jogo do Carros instalado, e lá vamos nós de novo, desvendando personagens e brincando...

Acabamos brincando bastante e, num repente, ele vira pra mim e me diz:

- Papai, eu tô cansado.

Segue para a cama, deita e dorme, quase que instantaneamente. Graças a uma vacina contra rubéola (dizem que anda dando surto disso aqui em Porto Alegre), o Piá acabou tendo febre e isso derruba qualquer um. Coloquei meu guri na cama, dei um beijão na testa dele e o deixei aos cuidados da avó. Saí de lá com o coração na mão. Como sempre saio. Sempre.

Meu consolo é que no findi que vem sempre tem mais.

P.S: Não se preocupem, o Piá já está bem, e pronto pra outra.=P

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