segunda-feira, 16 de junho de 2008

Hulk Esmaga!

Estreou nesta sexta passada a mais nova versão cinematográfica de Hulk, que prometia renovar o herói e livrá-lo do estígma deixado pelo diretor Ang Lee no último filme, que transformara o golias verde em uma criatura verde-pixel estrita e exclusivamente amargurada.

O diretor Louis Leterrier teve mais sorte que juízo ao pegar uma equipe de produtores e astros de primeira linha e um roteiro enxuto e cheio de referências de HQ que resultaram na agradável surpresa que tive neste fim de semana. O Hulk chegou e desta vez, chegou pra ficar.

O cientista David Bruce Banner (Edward Norton) vive nos cafundós da Favela da Rocinha trabalhando numa fábrica de refrescos enquanto faz pesquisas para se livrar da maldição de se transformar em um monstro verde de força incalculável toda vez que fica com raiva. Após meses sem “incidentes”, o General Ross (William Hurt) resurge no encalço de Banner, no intuito de utilizar a tecnologia gama para fins bélicos. Neste primeiro momento, vale citar algumas curiosidades que não se vê no cinemão americano com frequência quando a história se passa no Brasil, como brasileiros falando português de verdade (e não espanhol), ou ninguém usando cocar. Algumas facetas da Rocinha são mostradas de uma forma interessante e as tomadas aéreas feitas da favela pelo diretor assustam pelo tamanho exponencial do lugar. Quase não se acredita que esta “cidade” que é a Rocinha de fato existe (e não é um efeito visual).

É claro que a ação logo desloca-se para os EUA, onde Banner deve se virar pra descobrir uma cura e driblar a máquina militar que o persegue sem parar. Além do General Ross, o Exército conta com o obstinado agente Emil Blonsky (Tim Roth), que possui interesses obscuros no Hulk, para perseguir o cientista, dando início a um quebra-pau generalizado entre o herói e toda sorte de veículos militares em plena luz do dia. Não há quem não se arrepie toda vez que o Hulk surge na tela.

Além das aparições do Hulk simplesmente pagarem o ingresso, destaca-se também a abertura do filme, que faz um apanhado de toda a história da origem do herói, com manchetes de jornais, noticiários, insigths de cenas, com direito a inúmeras referências às HQs como notícias sobre as Indústrias Stark ou sobre a SHIELD e Nick Fury.

E falando em referências, pode-se dizer que elas são 80% do filme. Stan Lee (criador do Hulk), pra variar, está lá, fazendo uma ponta maior do que de costume. Lou Ferrigno, que fazia o herói na série de TV, também está por lá. Algumas armas que o Exército usa para tentar capturar o Hulk são elementos visíveis dos quadrinhos. Betty Ross (Liv Tyler), o grande amor de Banner está lá. O vilão Emil Blonsky/Abominável é um dos inimigos mais clássicos do Hulk. O próprio visual do Hulk se mostra muito mais verossímil e melhor bem feito que a versão anterior, com trejeitos e falas (sim, este Hulk fala) características das histórias. Sem contar que este Hulk também usa um pouco mais a cabeça (na medida do possível para uma criatura sem controle) e é muito mais brutal, tal qual os quadrinhos. Poxa vida, até a palmada sônica está lá.

Todos esses predicados acabam por tornar esta versão algo muito mais aceitável e simpático ao grande público, uma vez que o Hulk sempre foi um herói direcionado para um público muito seleto. Um anti-herói, que na hora do aperto acaba salvando o dia. Na versão anterior, ele era um cientista/mosntro com problemas próprios. Era o problema e a solução. Nesta versão, ele é uma parte do problema, mas consagra-se como uma solução para um problema bem maior e bem mais destruidor. Não posso dizer mais que isso. Vá pro cinema, chapa.

É claro que se trata de cinemão e esperar algo muito cabeça seria até de mau tom. É blockbuster puro. Mas negar que os estadunidenses sabem fazer uma coisa que sabem fazer melhor que ninguém seria dar murro em ponta de faca. Assim como Homem de Ferro, O Incrível Hulk destaca-se não somente como um excelente filme de ação, mas como um link para algo maior que virá por aí.

Os fãs de HQs que aguardem...

***

Dica de Filme:

O Incrível Hulk (The Incredible Hulk)
Diretor: Louis Leterrier
Elenco: Edward Norton (David Bruce Banner/Hulk), Betty Ross (Liv Tyler), Tim Roth (Emil Blonsky/Abominável), William Hurt (General Ross)
Duração: 114 minutos
Gênero: Aventura
Ano: 2008

Hulk maior, melhor e mais bruto...e mesmo assim salvando o dia. Nunca fui um grande fã do herói, mas devo dar a mão à palmatória. Melhor que isso só dinheiro achado.

E que venham Os Vingadores...

Um comentário:

Anônimo disse...

Bem que eu tava achando estranho nao aparecer nem uma linha sequer aqui falando sobre filme dos outros. É você na sua melhor forma. Ou melhor, numa das.
Beijos.