Depois de um dia cheio, no sábado passado, chegou as 23:00h e a iminência do “nada pra fazer” começou a me apertar. Parceiros de festa viajando, aquele sono que não chega...Resolvo então ligar para a criatura mais improvável que existe (não, não era Bilbo Bolseiro, mas também possui cabelos cacheados): um grande amigo que havia desaparecido das nossas vistas. Segue conversa telefônica:
- Fulano, estou sem pai nem mãe. Meus chapas sumiram e não sei onde é a noite.
- A noite hoje é Festa a Fantasia no Beco. Bebida liberada. 45 pilas sem fantasia e 30 com. Mas te aviso que estarei acompanhado.
- Vou pensar. Qualquer coisa te ligo.
Cheguei em casa e fiquei pensando: O Beco...putz, falam tão bem do lugar, mas também falam tão mal. Conhecia o local na época do “Cabaret Voltaire”, e agora era o “Cabaret do Beco”. Onde diabos vou achar uma fantasia há essa hora pra economizar 15 real? Fucei nos recônditos da minha imaginação e me fiz de louco.
- Tchê, arrumei a fantasia. To indo praí.
Descobri que meu amigo, disfarçado de “Bon Jovi”, estava acompanhado de uma “Rainha das Trevas” e que iríamos pegar mais um casal e uma amiga para seguirmos ao Beco. Logo o carro (carinhosamente apelidado de “Ecto 1”) estaria recheado com um astro do rock dos anos 80 na direção, uma monarca do mal no banco da frente, uma espanhola, uma cantora pop star também dos anos 80, Bono (do U2) em pessoa e um perito criminal (that’s me).
O Beco...
Na frente, uma placa dizendo “Bem-vindo ao Inferno!” nos dava as boas vindas. Em uma recepção no fim da escada (ou seria no início???), montada nas coxas, uma mulher gorda vestida de não-sei-o-quê fazia o interrogatório:
- Tá vestido de quê?
- De Bad Boy, dizia o Bon Jovi.
Quando chegou minha vez e ela me fez essa pergunta, apenas estalei a luva cirúrgica da mão direita e fiz cara de mau. A gorda fez sinal negativo com a cabeça e me alcançou uma entrada de 30 pilas. Eu estava dentro.
O lugar continuava quase o mesmo, só que mais decadente. O bar, logo na entrada, convidava o pessoal a se entragolecer de cara, coisa que nossa roda fazia com destreza. Ceva vai, ceva vem, e a música tocando alto. Muitos estilos, mostrando que o DJ estava realmente chapado.
Não demorou muito para que a roda descesse até o “submundo” do Beco: a pista de dança, o lugar onde as coisas acontecem por lá. Dei uma boa olhada e respirei fundo. Logo uma garota vestida de diaba segurou meu braço e me puxou. Contagem: 1, 2, 3, plim, 5...ops. Sim, o Beco ainda é um cabaret, e quem disser que lá não rola nada, provavelmente está tentando te vender um nabo. Cuidado, mermão...
Ponto alto da noite: eu, apoiado no balcão, cantando “Enjoy The Silence” junto com uma mina vestida de Cleópatra. Graças a isso, acabei virando “habitué” do local, pois nenhum lugar do mundo te proporciona isso, só o Beco. Segue a letra da música:
Enjoy the Silence (Depeche Mode)
Words like violence
Break the silence
Come crashing in
Into my little world
Painful to me
Pierce right through me
Can’t you uderstand
Oh my little girl
All i ever wanted
All i ever needed
Is here in my arms
Words are very unnecessary
They can only do harm
Vows are spoken
To be broken
Feelings are intense
Words are trivial
Pleasures remain
So does the pain
Words are meaningless
And forgettable
All i ever wanted
All i ever needed
Is here in my arms
Words are very unnecessary
They can only do harm
All i ever wanted
All i ever needed
Is here in my arms
Words are very unnecessary
They can only do harm
And forgettable
All i ever wanted
All i ever needed
Is here in my arms
Words are very unnecessary
They can only do harm
All i ever wanted
All i ever needed
Is here in my arms
Words are very unnecessary
They can only do harm
Enjoy the silence
A cantora pop star já havia se rendido ao álcool e minha bexiga lutava contra alguns junkies na fila do banheiro, que empacavam o acesso querendo cheirar alguma coisa: lamentável. O restante da roda já havia se dispersado, sobrando apenas o astro irlandês e sua espanhola tirando fotos.
Mais algumas circuladas (e circulantes) depois, acabei saindo do Beco sozinho, lá pelas 7 da manhã de domingo, caminhando trôpego pela Av. Independência até chegar na minha cama.
Domingo ainda seria beeeeeeeeeem longo...
***
Dica de lugar:
Cabaret do Beco: Av. Independência, 590 – Porto Alegre
Ambiente um pouco opressivo, junkies e gurizada (alguns ficam no estado do piá da figura acima), mas a birita é gelada, a música é boa e a satisfação é garantida. Toda quarta rola bebida liberada a 20 merréis.
Tais afim?
- Fulano, estou sem pai nem mãe. Meus chapas sumiram e não sei onde é a noite.
- A noite hoje é Festa a Fantasia no Beco. Bebida liberada. 45 pilas sem fantasia e 30 com. Mas te aviso que estarei acompanhado.
- Vou pensar. Qualquer coisa te ligo.
Cheguei em casa e fiquei pensando: O Beco...putz, falam tão bem do lugar, mas também falam tão mal. Conhecia o local na época do “Cabaret Voltaire”, e agora era o “Cabaret do Beco”. Onde diabos vou achar uma fantasia há essa hora pra economizar 15 real? Fucei nos recônditos da minha imaginação e me fiz de louco.
- Tchê, arrumei a fantasia. To indo praí.
Descobri que meu amigo, disfarçado de “Bon Jovi”, estava acompanhado de uma “Rainha das Trevas” e que iríamos pegar mais um casal e uma amiga para seguirmos ao Beco. Logo o carro (carinhosamente apelidado de “Ecto 1”) estaria recheado com um astro do rock dos anos 80 na direção, uma monarca do mal no banco da frente, uma espanhola, uma cantora pop star também dos anos 80, Bono (do U2) em pessoa e um perito criminal (that’s me).
O Beco...
Na frente, uma placa dizendo “Bem-vindo ao Inferno!” nos dava as boas vindas. Em uma recepção no fim da escada (ou seria no início???), montada nas coxas, uma mulher gorda vestida de não-sei-o-quê fazia o interrogatório:
- Tá vestido de quê?
- De Bad Boy, dizia o Bon Jovi.
Quando chegou minha vez e ela me fez essa pergunta, apenas estalei a luva cirúrgica da mão direita e fiz cara de mau. A gorda fez sinal negativo com a cabeça e me alcançou uma entrada de 30 pilas. Eu estava dentro.
O lugar continuava quase o mesmo, só que mais decadente. O bar, logo na entrada, convidava o pessoal a se entragolecer de cara, coisa que nossa roda fazia com destreza. Ceva vai, ceva vem, e a música tocando alto. Muitos estilos, mostrando que o DJ estava realmente chapado.
Não demorou muito para que a roda descesse até o “submundo” do Beco: a pista de dança, o lugar onde as coisas acontecem por lá. Dei uma boa olhada e respirei fundo. Logo uma garota vestida de diaba segurou meu braço e me puxou. Contagem: 1, 2, 3, plim, 5...ops. Sim, o Beco ainda é um cabaret, e quem disser que lá não rola nada, provavelmente está tentando te vender um nabo. Cuidado, mermão...
Ponto alto da noite: eu, apoiado no balcão, cantando “Enjoy The Silence” junto com uma mina vestida de Cleópatra. Graças a isso, acabei virando “habitué” do local, pois nenhum lugar do mundo te proporciona isso, só o Beco. Segue a letra da música:
Enjoy the Silence (Depeche Mode)
Words like violence
Break the silence
Come crashing in
Into my little world
Painful to me
Pierce right through me
Can’t you uderstand
Oh my little girl
All i ever wanted
All i ever needed
Is here in my arms
Words are very unnecessary
They can only do harm
Vows are spoken
To be broken
Feelings are intense
Words are trivial
Pleasures remain
So does the pain
Words are meaningless
And forgettable
All i ever wanted
All i ever needed
Is here in my arms
Words are very unnecessary
They can only do harm
All i ever wanted
All i ever needed
Is here in my arms
Words are very unnecessary
They can only do harm
And forgettable
All i ever wanted
All i ever needed
Is here in my arms
Words are very unnecessary
They can only do harm
All i ever wanted
All i ever needed
Is here in my arms
Words are very unnecessary
They can only do harm
Enjoy the silence
A cantora pop star já havia se rendido ao álcool e minha bexiga lutava contra alguns junkies na fila do banheiro, que empacavam o acesso querendo cheirar alguma coisa: lamentável. O restante da roda já havia se dispersado, sobrando apenas o astro irlandês e sua espanhola tirando fotos.
Mais algumas circuladas (e circulantes) depois, acabei saindo do Beco sozinho, lá pelas 7 da manhã de domingo, caminhando trôpego pela Av. Independência até chegar na minha cama.
Domingo ainda seria beeeeeeeeeem longo...
***
Dica de lugar:
Cabaret do Beco: Av. Independência, 590 – Porto Alegre
Ambiente um pouco opressivo, junkies e gurizada (alguns ficam no estado do piá da figura acima), mas a birita é gelada, a música é boa e a satisfação é garantida. Toda quarta rola bebida liberada a 20 merréis.
Um comentário:
Bem-vindo ao mundo dos blogs, amigo de fé, irmão, camarada...Visitarei teu recanto outras vezes. Ambientes mal iluminados expostos à olhares atentos sempre me dispertam curiosidade. Até.
Postar um comentário