sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Em terra de Artigas – Parte 1.

Sim! Minha namorada e eu perambulamos por Montevideo em quatro dias de muito bate-perna, pechincha, cálculos cambiais, e todo um universo e estilo de vida que nos mostrou o quão intrigante e bela é a capital uruguaia.

Acredito que um único texto não permitirá que eu enumere o que vale a pena na cidade, mas tentarei ser sintético e apontar alguns locais bacanas, dicas e, principalmente, as esquisitices de Montevideo. Acreditem-me, há várias...e tenho fotos disso.


Começo avisando que é muito raro, para mim, viajar. As vezes por problemas de grana, mas principalmente por falta de tempo, acabo postergando esse tipo de experiência e, quando se mostra a oportunidade (leia-se: Gol fazendo promoção de 75 pilas a passagem de avião), daí só há duas formas de fazer a coisa:


- Ou você compra um pacote bonitinho e hermético na CVC;
- Ou você vai de mochilão (e arrasta sua namorada no processo).

Este relato serve para pessoas que fazem suas próprias regras na hora de viajar e não se importam em ficar em hotéis de terceira ou de pegar busão para não ser golpeado nas bolas por um taxista estrangeiro. E falando em táxi, tente não cair nessa ao aterrissar no Aeroporto de Carrasco, o único e ermo aeroporto da capital: entre pagar 400 pesos (equivalente a 40 reais) em um táxi chamado (ou o dobro em um táxi do próprio aeroporto), prefira os 25 pesos (R$2,50) que os ônibus da Copsa cobram pra te levar à civilização.

Peso Uruguaio: para saber quanto vale em Real, divida por 10.

Não há muito o que ver nos quase 50 minutos de viagem até o centro de Montevideo, e o ônibus provavelmente será um de velha safra (muitos dos veículos da cidade pararam no tempo, e isso se aplica principalmente à sua frota viária), mas a música do rádio escolhida pelo motorista – certamente – será um bom e velho Rock’n Roll. De início, pensávamos que se tratava apenas do bom gosto do motorista, até que descobrimos que é unânime entre os condutores o hábito de ouvir boas músicas (dos anos 50 aos 80).

Além do rádio confirmado, há uma chance (grande) de um músico entrar no veículo e começar a tocar por uns trocados (como esses artistas de rua). É impressionante como isso é institucionalizado lá (provável efeito da crise uruguaia, que abordarei mais tarde): em uma de nossas andanças via ônibus, por exemplo, um conjunto de três violeiros entraram e deram um show.

Hotel Arapey: parece ou não parece spam de foto mal-assombrada???

O Hotel Arapey merecia um texto inteiro só pra ele, mas como ando preguiçoso, vai ter de se contentar com um parágrafo. O site do hotel já prometia a melhor relação custo X benefício e uma leva de fotos que mostravam um lugar no mínimo kitsch, mas nada prepara você para um hotel cujo elevador não tem porta interna (uma amiga sugeriu que tentássemos experimentar a sensação de escalar paredes – alá Homem-Aranha – enquanto o elevador subia, e logramos êxito), onde a decoração e o próprio prédio pareciam saídos de uma novela de época da Globo, e onde o quarto tinha UM PALCO (o nosso era o único, demos sorte). Nem preciso dizer que só isso já pagava a viagem.

Quando o assunto é arquitetura, o centro de Montevideo é uma mistura de tudo. Vemos edifícios novíssimos (como o da Presidência, situado na Praça Independência), prédios de médio porte em todos os estados de conservação e, claro, casas e prédios antigos, MUITO antigos (do tipo uns 150 anos, pra mais). O Palácio Salvo, por exemplo, foi uma das construções de época (datado de 1925) que mais me embasbacou: não apenas por seu porte e beleza, mas porque ele ainda hoje é um edifício residencial e, mesmo sendo um tesouro, é proibida a entrada de pessoas que não moram lá. Tive de me contentar em perambular pela gigantesca galeria no térreo.

Palacio Salvo: quem, em sã consciência, NÃO moraria num lugar desses?

É fascinante essa aura de conservação histórica e artística que permeia na cidade toda: das placas douradas com nomes de famílias e profissões afixadas nas portas, às praças bem cuidadas, dos estabelecimentos com charme europeu, às milhares de estátuas e obras espalhadas pela cidade toda. Uma estátua, em especial, é praticamente onipresente em Montevideo (e no Uruguai todo, afinal): o imponente José Artigas, montado em seu cavalo, é uma constante de bronze. Sério, devem existir algumas centenas dessas estátuas do militar pela cidade.


A seguir: o povo, os preços e os pombos.

3 comentários:

Graziela disse...

Eu, como testemunha ocular da história, só lamento o tempo ser tão pouco para aproveitar tudo. Acho que só resta então voltar outras vezes, o que acha?

B.M.

Édnei Pedroso disse...

Contigo? Só se for AGORA!=)

B.M.

Anônimo disse...

o tio??? me leva, tio???

hehe..eu imitando meu sobrinho quando quer sair de noite com a galera!!

deve ser muito legal visitar as cidades dos nossos hermanos..um dia eu vou também..pode deixar!!!
e ainda escrevo pelos cantos SAPAO ESTE AQUI!!!hehe!

abraços!!