Neste fim de semana, minha namorada e eu resolvemos aderir a um antigo hábito que vem se extinguindo com o advento da banda larga e dos torrents da vida: alugamos alguns filmes.
Devo dizer que a ação de ir até uma vídeo locadora e procurar pelas prateleiras era algo que não fazia parte da minha vida há ANOS, e que eu não pensava que fosse me bater uma certa dose de saudosismo ao, de uma hora para outra, estar deliberando com a minha gata sobre que filme seria mais interessante para preencher nosso fim de semana (com 10 capas de DVD’s nas mãos para escolher). Não que eu tenha ressalvas com a praticidade (e economia) que a internet proporciona, mas tenho que admitir que este costume da procura real e tangível de um filme em uma locadora tem seu charme, principalmente se você estiver bem acompanhado, o que era o meu caso.
Devaneios à parte, eis que escolhemos dois filmes. Um deles foi Os Cinco Sentidos, uma espécie de drama/romance honesto – mas não memorável – sobre um punhado de pessoas que vivem no mesmo prédio e que têm suas vidas mostradas em torno do sumiço de uma menina. Nada pesado, nada tãããão leve, mas certamente ofuscado pelo outro filme que escolhemos.
Eu já me cobrava de não ter dado uma verificada em O Grande Truque desde sua estréia, em 2006, já que nunca tive oportunidade ou um interesse mais intenso a ponto de baixar esta pérola do diretor Christopher Nolan (o mesmo responsável por Batman - O Cavalheiro das Trevas). Como estávamos procurando um bom filme de suspense e a prateleira de lançamentos não estava muito sortida, acabamos por optar pela adaptação do livro de Christopher Prier, The Prestige, que conta a história de Robert Angier e Alfred Borden, dois mágicos londrinos que, após um número de mágica que termina em tragédia, tornam-se inimigos declarados.
A rivalidade dos ilusionistas vai tomando proporções severas, até que Borden surge com “o Grande Truque” do título em português (o filme, assim como o livro, chama-se The Prestige, uma apologia ao terceiro ato de um show de mágica, onde o primeiro ato consiste na introdução – The Act, o segundo consiste na apresentação do número em si – The Turn, e o terceiro é a resolução do show de mágica – The Prestige), um número impossível cuja resolução torna-se a obsessão de Angier.
Nolan, que lançou-se ao estrelato com o impressionante Amnésia, retorna ao suspense metódico, de referências. Vale a pena assistir ao filme atentamente, pois as pistas para um final surpreendente e aterrador estão todas lá, jogadas em cada situação, em cada quadro. Crédito também para as ótimas atuações de quase todo o elenco: embora Christian Bale esteja muito bem no papel do engenhoso Borden, os méritos desta química ficam por conta de Hugh Jackman (no papel do mágico transtornado Angier) e seu fiel escudeiro Michael Caine (sempre ótimo) como Cutter, o homem responsável pela maioria das engenhocas utilizadas pelo mágico. A bela Scarlett Johansson complementa o elenco, mas não serve para muito mais do que apenas embelezar a tela (aliás, a considero superestimada), que também é enfeitada por uma excelente Direção de Arte e Fotografia (ambas indicadas ao Oscar). Um exemplo disso é o laboratório de Nikola Tesla (uma participação pra lá de especial de David Bowie), que é visitado por Angier quando este vai aos EUA: o lugar é remontado à exatidão de fotos e gravuras da época.
Embora O Grande Truque tenha tido uma singela bilheteria, trata-se de um filme já cultuado entre os cinéfilos e amantes de bons suspenses. Seu roteiro (escrito pelo diretor, ao lado do irmão Jonathan) utiliza de flashbacks para costurar uma intrincada narrativa, calçada na rivalidade e nas sutilezas do mundo do ilusionismo, e envolvendo o espectador como em um ótimo número de mágica. Aprovado.
***
Dica de filme:
O Grande Truque (The Prestige)
Diretor: Christopher Nolan
Elenco: Hugh Jackman (Robert Angier), Christian Bale (Alfred Borden), Michael Caine (Cutter), Scarlett Johansson (Olívia Wenscombe), David Bowie (Nikola Tesla)
Duração: 128 minutos
Gênero: Suspense
Ano: 2006
Como qualquer filme de Christopher Nolan: ba-ca-na!
Devo dizer que a ação de ir até uma vídeo locadora e procurar pelas prateleiras era algo que não fazia parte da minha vida há ANOS, e que eu não pensava que fosse me bater uma certa dose de saudosismo ao, de uma hora para outra, estar deliberando com a minha gata sobre que filme seria mais interessante para preencher nosso fim de semana (com 10 capas de DVD’s nas mãos para escolher). Não que eu tenha ressalvas com a praticidade (e economia) que a internet proporciona, mas tenho que admitir que este costume da procura real e tangível de um filme em uma locadora tem seu charme, principalmente se você estiver bem acompanhado, o que era o meu caso.
Devaneios à parte, eis que escolhemos dois filmes. Um deles foi Os Cinco Sentidos, uma espécie de drama/romance honesto – mas não memorável – sobre um punhado de pessoas que vivem no mesmo prédio e que têm suas vidas mostradas em torno do sumiço de uma menina. Nada pesado, nada tãããão leve, mas certamente ofuscado pelo outro filme que escolhemos.
Eu já me cobrava de não ter dado uma verificada em O Grande Truque desde sua estréia, em 2006, já que nunca tive oportunidade ou um interesse mais intenso a ponto de baixar esta pérola do diretor Christopher Nolan (o mesmo responsável por Batman - O Cavalheiro das Trevas). Como estávamos procurando um bom filme de suspense e a prateleira de lançamentos não estava muito sortida, acabamos por optar pela adaptação do livro de Christopher Prier, The Prestige, que conta a história de Robert Angier e Alfred Borden, dois mágicos londrinos que, após um número de mágica que termina em tragédia, tornam-se inimigos declarados.
A rivalidade dos ilusionistas vai tomando proporções severas, até que Borden surge com “o Grande Truque” do título em português (o filme, assim como o livro, chama-se The Prestige, uma apologia ao terceiro ato de um show de mágica, onde o primeiro ato consiste na introdução – The Act, o segundo consiste na apresentação do número em si – The Turn, e o terceiro é a resolução do show de mágica – The Prestige), um número impossível cuja resolução torna-se a obsessão de Angier.
Nolan, que lançou-se ao estrelato com o impressionante Amnésia, retorna ao suspense metódico, de referências. Vale a pena assistir ao filme atentamente, pois as pistas para um final surpreendente e aterrador estão todas lá, jogadas em cada situação, em cada quadro. Crédito também para as ótimas atuações de quase todo o elenco: embora Christian Bale esteja muito bem no papel do engenhoso Borden, os méritos desta química ficam por conta de Hugh Jackman (no papel do mágico transtornado Angier) e seu fiel escudeiro Michael Caine (sempre ótimo) como Cutter, o homem responsável pela maioria das engenhocas utilizadas pelo mágico. A bela Scarlett Johansson complementa o elenco, mas não serve para muito mais do que apenas embelezar a tela (aliás, a considero superestimada), que também é enfeitada por uma excelente Direção de Arte e Fotografia (ambas indicadas ao Oscar). Um exemplo disso é o laboratório de Nikola Tesla (uma participação pra lá de especial de David Bowie), que é visitado por Angier quando este vai aos EUA: o lugar é remontado à exatidão de fotos e gravuras da época.
Embora O Grande Truque tenha tido uma singela bilheteria, trata-se de um filme já cultuado entre os cinéfilos e amantes de bons suspenses. Seu roteiro (escrito pelo diretor, ao lado do irmão Jonathan) utiliza de flashbacks para costurar uma intrincada narrativa, calçada na rivalidade e nas sutilezas do mundo do ilusionismo, e envolvendo o espectador como em um ótimo número de mágica. Aprovado.
***
Dica de filme:
O Grande Truque (The Prestige)
Diretor: Christopher Nolan
Elenco: Hugh Jackman (Robert Angier), Christian Bale (Alfred Borden), Michael Caine (Cutter), Scarlett Johansson (Olívia Wenscombe), David Bowie (Nikola Tesla)
Duração: 128 minutos
Gênero: Suspense
Ano: 2006
Como qualquer filme de Christopher Nolan: ba-ca-na!
2 comentários:
O filme é realmente muito bom.
E quanto aos "antigos" hábitos, digamos que tenho uma certa predileção por alguns "estilos vintage".
Não fosse assim, não seria eu uma admiradora (e pesquisadora)de um meio já tão antigo para nossos tempos; o velho e bom rádio.
Se o VHS já foi pro espaço, aproveitemos enquando ainda existem DVDs circulando por aí. E de todas as formas, viva a tecnologia :)
B.M.
O filme é muito bom. "The Prestige" oferece uma série de atividades para competição profissional extrema no espírito de vingança e tom familiar de mistério, a propósito me lembra de "O Hipnotizador" uma nova série de televisão que têm temas semelhantes. Em suma, o filme é uma história divertida, em primeira instância, com diálogos bombásticas e tomaram conjecturas nosso diretor executa um enigma estilo de trabalho, mas sem ir aos extremos, com a fotografia cuidadosa, cenários apresentados com o requinte de um grande arquiteto, fazer precisas e confiáveis, é óbvio que toda a produção se esforça para fazer o trabalho à tona sem a desvantagem de falta de ajuste, mas com a intenção de delicadeza, suspense e tensão, amantes taquicardia cuja percepção inspecionar mesmo o menor pormenor, que vai ser crucial no filme. As virtudes do filme são óbvios, o script é uma obra escapista / ilusionista com o único propósito de enganar o espectador e fazê-lo sentir emoções diferentes; direção de atores é requintado
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