Não sei se dou risadas ou se fico abobalhado com o “novo” meio de passar objetos entre os detentos de segurança máxima e o mundo exterior, mas há de se premiar o marginal que teve a impressionante idéia de apelar para um artifício tão...tão...tão milenar quanto o do pombo-correio.
Eu era ignorante acerca do fato até que, há pouco, um colega de trabalho chegou aqui na sala com a edição de hoje do Correio do Povo na mão, e a capa trazia a foto de uma ave abatida e a seguinte legenda:
“Pombo-correio dos presos é operado na UFRGS e passa bem.”
Depois de um “eu não acredito”, corri os olhos até a página 32 do jornal, onde havia a matéria e uma outra foto da ave (esta – um raio-x – mostrando os dois chumbinhos que abalroaram o bicho). Os veterinários do Hospital de Clínicas Veterinária da UFRGS colocaram duas placas de metal em cada asa do tal pombo e o Diretor do HCV disse que a operação (de uma hora e quarenta minutos) transcorreu tranqüilamente. O médico também citou que a procura de informações por parte da imprensa os pegou de surpresa. Vide citação:
“Até porque é um animal que foi pego em uma conduta inadequada* e chamou a atenção da população, gerando a procura da mídia.”
* O pombo foi encontrado com uma bateria e um carregador de celular.
O mais irônico é que a matéria dá conta de que é possível que um atirador – que esteja atualmente fora do presídio – de uma facção rival, tenha abatido a ave para impedir que a gangue inimiga receba os apetrechos (o que significa dizer que não apenas os criminosos estão adestrando pombos para entregas especiais, como estão treinando exímios caçadores de aves para detonar com a concorrência).
Ia fazer um breve comentário sobre isso no Twitter, até que resolvi ver se achava algo sobre a notícia na internet. Digitei as palavras “pombo-correio dos presos” no Google e fiquei boquiaberto:
Hortolândia: Pombo-correio é detido por guardas de presídio levando celular para presos.
Sorocaba: Pombo que levava celular para preso é interceptado no interior de São Paulo.
Marília: Polícia suspeita que presos de Marília usam pombos-correio.
Bósnia-Herzegovina (porque não?): Polícia prende pombo-correio levando drogas para presos.
Acabei constatando que o uso de pombos para fins inidôneos está sendo uma constante, e só eu que não sabia disso (talvez porque não use do meu tempo livre para bolar alternativas de passe de celulares para prisões, ou simplesmente porque não assisto o Jornal Nacional). Há de se enumerar, no entanto, que as aves usadas não são pombos-correio de verdade, e sim pombos comuns que estão sendo treinados pelos próprios presos (não que esta distinção vá fazer qualquer diferença prática).
Enfim, assombra que os marginais de hoje utilizem de meios tão antigos (e nem por isso menos eficazes) para perpetrar a criminalidade e, mesmo sendo eu um não-simpatizante de animais, apenas torço para que não haja uma “caça aos pombos” por aí (como fizeram com os bugios aqui no sul do Brasil, ao descobrirem que os bichos também pegavam Febre Amarela).
Ah, também conto os dias para ler que os criminosos estão utilizando uma nova e eficiente forma de comunicação: o famigerado sinal de fumaça.
Eu era ignorante acerca do fato até que, há pouco, um colega de trabalho chegou aqui na sala com a edição de hoje do Correio do Povo na mão, e a capa trazia a foto de uma ave abatida e a seguinte legenda:
“Pombo-correio dos presos é operado na UFRGS e passa bem.”
Depois de um “eu não acredito”, corri os olhos até a página 32 do jornal, onde havia a matéria e uma outra foto da ave (esta – um raio-x – mostrando os dois chumbinhos que abalroaram o bicho). Os veterinários do Hospital de Clínicas Veterinária da UFRGS colocaram duas placas de metal em cada asa do tal pombo e o Diretor do HCV disse que a operação (de uma hora e quarenta minutos) transcorreu tranqüilamente. O médico também citou que a procura de informações por parte da imprensa os pegou de surpresa. Vide citação:
“Até porque é um animal que foi pego em uma conduta inadequada* e chamou a atenção da população, gerando a procura da mídia.”
* O pombo foi encontrado com uma bateria e um carregador de celular.
O mais irônico é que a matéria dá conta de que é possível que um atirador – que esteja atualmente fora do presídio – de uma facção rival, tenha abatido a ave para impedir que a gangue inimiga receba os apetrechos (o que significa dizer que não apenas os criminosos estão adestrando pombos para entregas especiais, como estão treinando exímios caçadores de aves para detonar com a concorrência).
Ia fazer um breve comentário sobre isso no Twitter, até que resolvi ver se achava algo sobre a notícia na internet. Digitei as palavras “pombo-correio dos presos” no Google e fiquei boquiaberto:
Hortolândia: Pombo-correio é detido por guardas de presídio levando celular para presos.
Sorocaba: Pombo que levava celular para preso é interceptado no interior de São Paulo.
Marília: Polícia suspeita que presos de Marília usam pombos-correio.
Bósnia-Herzegovina (porque não?): Polícia prende pombo-correio levando drogas para presos.
Acabei constatando que o uso de pombos para fins inidôneos está sendo uma constante, e só eu que não sabia disso (talvez porque não use do meu tempo livre para bolar alternativas de passe de celulares para prisões, ou simplesmente porque não assisto o Jornal Nacional). Há de se enumerar, no entanto, que as aves usadas não são pombos-correio de verdade, e sim pombos comuns que estão sendo treinados pelos próprios presos (não que esta distinção vá fazer qualquer diferença prática).
Enfim, assombra que os marginais de hoje utilizem de meios tão antigos (e nem por isso menos eficazes) para perpetrar a criminalidade e, mesmo sendo eu um não-simpatizante de animais, apenas torço para que não haja uma “caça aos pombos” por aí (como fizeram com os bugios aqui no sul do Brasil, ao descobrirem que os bichos também pegavam Febre Amarela).
Ah, também conto os dias para ler que os criminosos estão utilizando uma nova e eficiente forma de comunicação: o famigerado sinal de fumaça.