terça-feira, 29 de setembro de 2009

Dexter é papai.

O título com cara de fofoca é apenas para resumir o que foi a season premiére da 4ª temporada de Dexter, que foi exibida nos States antes de ontem e que já havia vazado pela internet há mais de mês (e que eu, claro, já havia assistido).

Como todo fã da série, estava ávido por saber como seria o início desta nova etapa na vida do serial killer mais gente fina da TV, afinal, Dexter finalmente casou com Rita e ambos esperavam um filho (final da 3ª temporada), mudando dramaticamente a rotina de alguém que apenas trabalhava para a perícia policial de dia e matava pessoas malvadas à noite.

Tal como os spots de TV anunciavam, o episódio Living the Dream se baseia no impacto que esta mudança causa em Dexter. Não necessariamente no impacto psicológico (sim, ele continua falando sozinho, mas seria mais bacana se tivessem abordado somente isso), mas no impacto físico: sua vida de casado e pai de um bebê chorão, aliados à correria dos afazeres com as crianças (os outros dois filhos de Rita) e as atribulações do trabalho causam um efeito colateral tão grande que Dexter não consegue ter disposição física, sequer, para seu hobby predileto (e motivo de ser da série). O vemos tropeçar, se enganar com documentos, dormir no volante e todas as outras saídas visuais que o diretor do episódio poderia usar para apontar o cansaço de Dexter, e essa insistência em nos mostrar isso acaba por se tornar maçante, MUITO maçante (tá, a brincadeira com a abertura da série até que foi boa).

Os outros personagens do programa, por sua vez, prosseguem na mesma: Debra continua boca suja e vazia, Quinn segue com a expressão de uma porta, Masuka entra mudo e sai calado. As únicas mudanças ficam a cargo do início de um romance entre Batista e LaGuerta (namorico este que poderia muito bem não existir) e o retorno do agente do FBI Frank Lundy (que infernizou a vida de Dexter na excelente 2ª temporada), que volta para Miami para procurar um novo serial killer.

Maria LaGuerta e Angel Batista: casalzinho bem meia-boca.

E falando no diabo, eis que temos o ótimo John Lithgow no papel da única boa surpresa do episódio: the Trinity Killer, o vilão perfeccionista da 4ª temporada cujo método é mostrado de forma limpa e sem enrolação, numa cena que chega a dar arrepios de tão simples e, mesmo assim, brutal. Sério: tem toda chance de ser o melhor antagonista de Dexter já mostrado. Pelo menos isso paga o 1º episódio.


Fiquemos na torcida, pois Dexter merece mais.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Motivacional da Semana.


OBS: Nada mais justo do que começar esta sessão no blog com nosso saudoso Marcião (João França), o perigoso travesti agiota do curta-metragem Os Batedores.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Da série "Biscoito da Sorte" (006)

"Os sábios aprendem com os erros dos outros, os tolos com os próprios erros e os idiotas não aprendem nunca."

Provérbio Chinês

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

A Trilha do Assassino.

Faz uns dias que tenho reprisado, no meu parco tempo livre, algumas relíquias que havia visto quando era apenas um guri de Corujão, em uma época na qual eu ainda não tinha o apurado gosto para a análise cinematográfica, mas já via algo de muito especial nos clássicos da madruga.

Dessas pérolas que marcaram a minha infância (lá pelos meus 12 anos, quando não tínhamos de encarar bombas como o Inter-Cine) destacavam-se nas madrugadas os filmes do Lobo Solitário (Kozure Okami em japonês, ou Lone Wolf & Cub em inglês), expoentes brilhantes do cinema japonês, baseados na obra-prima do mangaka (criador de mangás) Kazuo Koike.

Álbum de família: Lobo Solitário e Filhote.

Estes filmes, datados dos primeiros anos da década de 70, combinavam a engenhosa história dos gekigás (dos quais virei fã graças aos filmes) com o estilo belo e visceral do diretor Kenji Misumi (diretor de 4 dos 6 filmes), que usava e abusava de belas paisagens e violência extrema, aliados à coreografias e duelos marcantes.

A história gira em torno de Itto Ogami – um membro do alto escalão do Shogunato – e Daigoro, seu filho único de 3 anos, ambos jogados à marginalidade após Itto ter sido acusado injustamente de tramar contra o Shogun, em um ardil arquitetado por um clã rival que almejava o posto ocupado pelo samurai. Com a esposa assassinada e o nome do clã Ogami jogado na lama, Itto e seu filho são obrigados a perambular errantes pelo Japão.

Até aí, seria a velha história do homem inocente que se vê vítima de um complô, vista em tantos outros filmes. Porém, estamos falando do Japão Feudal em pleno declínio, e de um homem que passa longe de ser comum, ou mesmo de ser uma pacata “vítima”: Itto Ogami era o Kaishakunin (o executor oficial do Shogun, único autorizado pelo próprio a executar os senhores feudais que saíam da linha), e como tal, é um especialista na arte da espada, da luta e da estratégia. Como matar é a única coisa que sabe fazer, Ogami decide vender seus serviços através de assassinatos encomendados. Surge a lenda do Lobo Solitário e Filhote.

Com a competência de roteiro do próprio Koike, a saga de Itto é apresentada exatamente como nas HQs. Com tendências claras ao faroeste (fazendo o caminho inverso do conterrâneo Akira Kurosawa, que foi plagiado por John Sturges em Sete Homens e um Destino), os diretores não poupam o espectador de nada, uma vez que a engenhosidade com a qual o Lobo Solitário executa suas mortes, e a violência com a qual se defende dos oponentes são assinaladas com cenas fortíssimas de mutilações, desmembramentos, decapitações e sangue jorrando pra todo lado, em um espetáculo de horror que poderia muito bem ser confundido com o gore e o trash, SE fosse algo desnecessário, ou mesmo mal feito. A verdade é que não há melhor forma de ilustrar a selvageria dos personagens e das situações apresentadas, senão pintando a tela de vermelho (podemos ver uma homenagem contemporânea ao estilo em Kill Bill - Vol. 1, na cena em que A Noiva enfrenta os 88 Malucos).

Ketchup!

Há de se perceber que, embora a trama, a direção, as coreografias e a p
rodução de época fossem muito competentes, são justamente os protagonistas quem fazem de Lone Wolf & Cub espécimes tão especiais. Como um samurai decadente (mais precisamente um ronin), Itto Ogami abraça a trilha do assassino com severidade e um código de honra bizarro: se em um momento aparece para salvar o dia e a vida de alguém, no outro não se importa em observar uma mãe e sua filha sendo mortas por mercenários, mesmo podendo fazer algo para impedir. Para aceitar um trabalho, as únicas exigências do Lobo Solitário são 500 Ryos e uma história: o contratador precisa contar na íntegra o motivo pelo qual precisa matar o alvo, não importando se esta vítima for um líder de Clã, a reencarnação do Buda, ou mesmo uma família inteira.

Itto Ogami: se ele te olhar assim, comece a rezar...

Uma vez contratado, Ogami não mede esforços para concluir seu objetivo (não importando o quão difícil possa ser), demonstrando uma motivação titânica que é superada apenas por seu instinto de sobrevivência (mesmo sendo um espadachim inigualável, Itto n
ão titubeia em usar seu filho como escudo apenas para contar com a piedade de seu rival e usar desta fraqueza para definir a luta), e sua inteligência para sair de situações impossíveis (como lutar com o filho pendurado nas costas contra um samurai que tem o sol se pondo atrás de si). Por sua vez, Daigoro (muito bem representado pelo piá Akihiro Tomikawa, o qual hoje deve ser um quarentão) mostra-se um menino calado, de bom coração e absolutamente sem medo, que poderia passar despercebido pela trama, se não fosse pela sua gradual constituição em um futuro grande guerreiro, pelo seu carrinho de bebê (acreditem, eu teria de escrever um texto inteiro só pra falar desse engenhoso...meio de transporte) e por sua principal função, que é a de fazer o contraponto com o pai, mantendo Itto dentro de uma realidade mais humana, onde o Lobo Solitário não age sozinho: por mais que o assassino seja capaz de deixar seu filho ser açoitado para mostrar um ponto de vista, precisa zelar pelo Filhote.

Filhote do Lobo: o pequeno Daigoro.

Paradoxalmente, embora coloque a vida de Daigoro em risco eventualmente, sua preocupação e amor pelo filho são algo quase tangíveis, graças a atuação espetacular de Tomisaburo Wakayama, que mesmo sendo muito diferente fisicamente de sua versão no gekigá, simplesmente se transforma no Lobo Solitário, de tal forma que é impossível imaginar outro ator no papel depois de ver esses filmes (digo isto pela fato do personagem ter ganhado dois seriados anos mais tarde, mas sem contar com Wakayama no papel-título), ou mesmo não simpatizar com Itto Ogami, mesmo que ele cometa algumas atrocidades no decorrer das projeções.

Versão do gekigá: desenho de Goseki Kojima.

O terceiro personagem marcante é o próprio Japão. Lembro que – mesmo quando era moleque – já me fascinava o modo como o Japão Feudal, palco de uma cultura milenar cuja base era a honra e o respeito de castas, era retratado com malícia e desalento, um país decadente, onde os poderes concedidos aos clãs e aos órgãos públicos daquela época já eram notadamente deturpados; onde a honra era tão figurativa e extinta quanto os poucos samurais que perambulavam no final daquela era: Daimyos se negavam a comet
er o Sepukku (ritual de suicídio para recuperação da honra), alguns samurais usavam armas de fogo (deixando a tradição da lâmina de lado por influência ocidental), roubos, estupros e outras atrocidades aconteciam pelas estradas, articulações políticas eram feitas por debaixo dos panos (isso não mudou tanto assim com o passar do tempo, né?) e a vida de alguém valia apenas o som de uma espada cortando ar e carne.

Bem-vindo ao mundo do Lobo Solitário.


***

Dica de filme:

1 - Lone Wolf and Cub: Sword of Vengeance
Diretor: Kenji Misumi
Elenco: Tomisaburo Wakayama (Itto Ogami), Akihiro Tomikawa (Daigoro), Tokio Oki (Retsudo Yagyü)
Duração: 83 minutos
Gênero: Ação
Ano: 1972

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2 - Lone Wolf and Cub: Baby Cart at the River Styx
Diretor: Kenji Misumi
Elenco: Tomisaburo Wakayama (Itto Ogami), Akihiro Tomikawa (Daigoro), Kayo Matsuo (Sayaka Yagyü)
Duração: 81 minutos
Gênero: Ação
Ano: 1972

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3 - Lone Wolf and Cub: Baby Cart to Hades
Diretor: Kenji Misumi
Elenco: Tomisaburo Wakayama (Itto Ogami), Akihiro Tomikawa (Daigoro), Go Kato (Kanbei)
Duração: 89 minutos
Gênero: Ação
Ano: 1972

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4 - Lone Wolf and Cub: Baby Cart in Peril
Diretor: Buichi Saito
Elenco: Tomisaburo Wakayama (Itto Ogami), Akihiro Tomikawa (Daigoro), Tatsuo Endo (Retsudo Yagyü)
Duração: 81 minutos
Gênero: Ação
Ano: 1972

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5 - Lone Wolf and Cub: Baby Cart in the Land of Demons
Diretor: Kenji Misumi
Elenco: Tomisaburo Wakayama (Itto Ogami), Akihiro Tomikawa (Daigoro), Minoru Ohki (Retsudo Yagyü)
Duração: 89 minutos
Gênero: Ação
Ano: 1973

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6 - Lone Wolf and Cub: White Heaven in Hell
Diretor: Yoshiyuki Kuroda
Elenco: Tomisaburo Wakayama (Itto Ogami), Akihiro Tomikawa (Daigoro), TMinoru Ohki (Retsudo Yagyü)
Duração: 83 minutos
Gênero: Ação
Ano: 1974

Desaconselhável para pessoas de estômago fraco e gosto limitado.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

What is this?

Todo mundo que já assistiu a 300 concorda que, embora o filme seja recheado de violentíssimas batalhas e efeitos, a cena mais emblemática do longa é aquela na qual o rei Leônidas resolve que vai encarar o vasto exército persa e sela esta intenção com uma bela pedalada no peito do desafortunado mensageiro (que você pode conferir abaixo).



O que Frank Miller (criador da HQ que deu origem ao filme) não sabia é que este quadrinho em particular ia se tornar um marco dos memes na internet, dando vazão para uma enxurrada de bobagens (algumas já passadinhas, mas memoráveis, as quais trago para o nobre leitor deste blog).

Madness?

=P

Bem que eu sempre achei que pinguins não batiam bem da cabeça mesmo...

Esse é um dos meus preferidos.

Sempre tem um super-herói (neste caso DOIS) pra bater uma foto dessas.

É claro que tem milhares de outras montagens e vídeos que também respondem à pergunta que não quer calar. Anote aí: "THIS IS SPARTAAAAAAAAAAAAA!!!!!" é o tipo de resposta que pode ser usada em qualquer situação...

...mas tem que ser respondida aos gritos, senão não está valendo.=P

Pra encerrar, segue abaixo a melhor vídeo-montagem do espartano gritão. Enjoy.